Articulação do governo impede convocação em meio a investigações de fraudes
CPI do INSS, com apoio do governo, rejeita convocação de Frei Chico, irmão de Lula.
CPI do INSS rejeita convocar Frei Chico
A CPI do INSS, com a articulação da base do governo, rejeitou na sessão desta quinta-feira um requerimento de convocação para o depoimento de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O pedido foi derrubado por 19 votos a 11, com o órgão enfatizando a necessidade de cessar irregularidades e proteger o interesse público.
Frei Chico e o Sindicato
Frei Chico, que é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical (Sindnapi), teve os endereços do sindicato alvos de mandados de busca na Operação Sem Desconto, investigando um esquema de fraudes no INSS. O líder do governo na CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ressaltou que Frei Chico nunca teve função administrativa ou financeira no sindicato e não é mencionado nas investigações.
Quebras de sigilo rejeitadas
Além da convocação de Frei Chico, a CPI também rejeitou a quebra de sigilo da publicitária Danielle Miranda Fonteles, que recebeu R$ 5 milhões de Antônio Carlos Camilo Antunes. Antunes é conhecido como o “careca do INSS” e o pagamento, segundo as defesas, estava relacionado a uma negociação de imóvel que não se concretizou. A CPI, no entanto, aprovou a quebra do sigilo bancário do advogado Eli Cohen, que denunciou associações ligadas ao esquema de fraudes.
A continuação das investigações
Na mesma sessão, acordos entre parlamentares da base e da oposição impediram que requerimentos de quebras de sigilo do ex-ministro Carlos Lupi fossem votados. A CPI continuará a ouvir testemunhas e investiga transferências financeiras suspeitas, como a de R$ 13 milhões feita à Conafer, que também está sob investigação. As ações visam esclarecer um caso que envolve irregularidades no sistema previdenciário brasileiro desde 2019.