A comissão que investiga fraudes no INSS conclui seus trabalhos em meio a um clima de descontentamento na oposição.

A CPMI do INSS encerra os trabalhos de 2025 com um governo resistente e uma oposição frustrada.

CPMI do INSS finaliza trabalhos de 2025

A CPMI do INSS concluiu suas atividades na última quinta-feira (4/12), encerrando um ano marcado por tensões entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e a oposição. O colegiado, que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social, só retomará as sessões em janeiro do próximo ano, alinhando-se ao calendário do Congresso Nacional.

Na primeira reunião da comissão, a oposição havia conseguido uma vitória ao eleger Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente e Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) como relator. No entanto, diversas derrotas nas votações seguintes deixaram os opositores frustrados. A situação de Carlos Viana é incerta para 2026, uma vez que ele revelou estar enfrentando um tumor, que manteve em sigilo durante sua atuação.

Escândalo do INSS e apurações

O escândalo que envolve o INSS foi inicialmente revelado pelo portal Metrópoles em dezembro de 2023, a partir de uma série de reportagens que demonstraram um aumento alarmante na arrecadação provenientes de descontos sobre aposentadorias, totalizando R$ 2 bilhões em um único ano. As investigações resultaram na abertura de inquérito pela Polícia Federal e na Operação Sem Desconto, que levou à demissão de figuras importantes ligados ao órgão, como o presidente do INSS e o ministro da Previdência, Carlos Lupi.

A CPMI conseguiu rejeitar uma convocação do advogado-geral da União, Jorge Messias, em uma recente votação acirrada, o que é visto como uma vitória para o governo, já que a convocação poderia prejudicar suas chances no Senado, onde Messias busca a indicação ao Supremo Tribunal Federal.

Conflitos e novas convocações

Entre as convocatórias relevantes aprovadas pela CPMI, destaca-se a do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que é acusado de beneficiar sua empresa, a Zema Financeira, através de uma medida provisória. A oposição tem tentado conectar Zema a irregularidades financeiras, enquanto o governo se defende afirmando que as convocações têm caráter político e buscam desestabilizá-lo.

Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, um dos principais lobistas envolvidos nas fraudes, foi ouvido na CPMI. A comissão já realizou 26 oitivas e prendeu vários empresários ligados ao esquema de fraudes, concentrando suas investigações nos responsáveis por desvio de recursos e na estrutura de corrupção que permeia o INSS.

O futuro da CPMI e suas implicações

O futuro da CPMI do INSS e a continuidade dos trabalhos sob liderança de Viana permanecem incertos diante dos desafios de saúde enfrentados pelo presidente da comissão. Em meio a esse clima de incerteza, a oposição se prepara para novas estratégias em 2026, almejando retomar o controle das narrativas e investigações sobre as fraudes que marcaram o ano de 2025. A expectativa é de que a comissão possa realizar mais oitivas e aprofundar as investigações para responsabilizar os envolvidos.

Acompanhe as atualizações sobre a CPMI no próximo ano, com as novas dinâmicas políticas e os desdobramentos das investigações em curso.