CPMI do INSS: Presidente Recorre ao STF Após Decisão que Libera ‘Careca’ de Depor

A Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS intensifica a pressão para obter o depoimento do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como ‘Careca do INSS’. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou que recorrerá da decisão do ministro do STF, André Mendonça, que desobrigou Antunes a comparecer à comissão. A audiência com o lobista, que foi preso pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira, está agendada para segunda-feira (15/9).

Viana expressou sua discordância com a decisão do STF, argumentando que o depoimento de Antunes é crucial para o avanço das investigações. “É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu. Respeito a decisão do ministro, mas considero injustificável permitir que não venham depor”, afirmou o senador em comunicado à imprensa. A CPMI espera que o STF reconsidere a decisão e determine a obrigatoriedade da presença dos investigados.

O caso ganhou notoriedade após uma série de reportagens do Metrópoles, que revelou um esquema de descontos indevidos em aposentadorias. As denúncias apontaram um aumento expressivo na arrecadação de entidades ligadas aos descontos, chegando a R$ 2 bilhões em um ano. Milhares de processos por fraude nas filiações de segurados foram registrados, impulsionando investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU).

A prisão de Antunes ocorreu durante a Operação Cambota, um desdobramento da Operação Sem Desconto, que também prendeu o empresário Maurício Camisotti. Ambos são suspeitos de envolvimento no esquema de descontos não autorizados, que lesou diversos aposentados e pensionistas. As investigações apontam para um complexo sistema de corrupção e lavagem de dinheiro, envolvendo ex-diretores do INSS e outras figuras influentes.

A CPMI aprovou, em 1º de setembro, pedidos de prisão de ex-dirigentes do INSS, operadores de propina e empresários supostamente envolvidos no esquema. A comissão também busca quebrar o sigilo de pessoas e empresas ligadas a associações de aposentados, sindicatos e outras entidades suspeitas de participação nas fraudes. O objetivo é identificar todos os envolvidos e responsabilizá-los pelos crimes cometidos.

PUBLICIDADE

Relacionadas: