CPMI revela modus operandi de fraudes em aposentadorias

Agência Senado

Depoimento de ex-diretor do INSS expõe esquema e relações com envolvidos

Depoimento na CPMI revela esquema de fraudes no INSS, envolvendo ex-diretor e 'Careca do INSS'.

Na segunda-feira (27), a CPMI que investiga as fraudes contra aposentados e pensionistas ouviu o economista Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança do INSS. Durante o depoimento, ele admitiu relações com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como ‘Careca do INSS’, que é apontado como chefe do esquema. Segundo a Polícia Federal, Guimarães teria recebido mais de R$ 2 milhões através de transações entre suas empresas e as de Antunes.

Funcionamento do esquema

Os parlamentares destacaram que o esquema investigado repete um ‘modus operandi’ já identificado pela PF, caracterizado pela criação de empresas de fachada para repassar recursos ilícitos e simular contratos de prestação de serviços. O senador Izalci Lucas (PL-DF) resumiu: “O ‘modus operandi’ do Careca foi criar empresas e repassar recursos, sem qualquer benefício aos aposentados.”

Questionamentos e defesas

O relator Alfredo Gaspar questionou Guimarães sobre os pagamentos recebidos e a criação da empresa Vênus, que, segundo ele, foi estabelecida para serviços de educação financeira. Guimarães se defendeu, alegando que todos os serviços prestados foram legais. Entretanto, parlamentares expressaram ceticismo em relação à sua versão, considerando-o implicado em um esquema de corrupção.

Estimativas de perdas

O esquema de fraudes investigado pela CPMI e pela Polícia Federal, que utilizava associações de fachada, pode ter causado um rombo superior a R$ 6 bilhões nos cofres públicos. Guimarães afirmou que conheceu Antunes em 2021 e somente soube de seu envolvimento com fraudes através das investigações da PF. A situação expõe a fragilidade dos mecanismos de controle e a necessidade de responsabilização dos envolvidos.

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