Novo marco regulatório e investimentos ampliam potencial econômico e socioambiental no Brasil
O mercado brasileiro de créditos de carbono cresce com nova legislação e foca na transição energética para ampliar impacto econômico.
Avanços legislativos impulsionam o mercado brasileiro de créditos de carbono
O mercado de créditos de carbono no Brasil tem se consolidado com o avanço das discussões sobre mudanças climáticas, principalmente após a aprovação da Lei 15.042/2024, que instituiu o Sistema Brasileiro de Comércio de Gases de Efeito Estufa. Essa iniciativa, publicada em 1º de dezembro de 2025, fortalece a regulamentação do setor e abre espaço para a inclusão de fundos e seguros climáticos. Ana Laura Magalhães, especialista em finanças sustentáveis, destaca o papel desse marco para a maturidade do mercado que deverá ocorrer nos próximos seis anos.
Potencial econômico dos créditos de carbono ligados ao reflorestamento e fontes renováveis
Em 2024, as negociações no mercado primário em créditos de carbono relacionados ao reflorestamento alcançaram um valor estimado entre US$ 1,4 bilhão e US$ 1,5 bilhão, segundo levantamento da Systemica. Além disso, a transição energética no Brasil, com substituição crescente de combustíveis fósseis por fontes renováveis como hídrica, eólica e solar, tem potencial para gerar cerca de 370 milhões de toneladas de créditos de carbono. O país possui recursos abundantes nessas fontes, o que favorece o crescimento da economia verde e o desenvolvimento sustentável.
Impactos sociais e econômicos da economia verde até 2030
De acordo com estudo da PwC Brasil, as rotas industriais relacionadas aos créditos de carbono podem gerar cerca de três milhões de empregos no país até 2030. Além disso, essa dinâmica econômica tem potencial para acrescentar aproximadamente R$ 1 trilhão ao PIB nacional no mesmo período. Esses números evidenciam a capacidade de transformação socioeconômica da economia verde, posicionando o Brasil como protagonista global e gerando renda e oportunidades para diversos setores da sociedade.
Oportunidades para investidores e o mercado financeiro sustentável
Com o amadurecimento do mercado de créditos de carbono, o setor financeiro poderá oferecer novas classes de ativos, inclusive fundos temáticos e seguros climáticos. Tais instrumentos possibilitam a mitigação de riscos ambientais e sociais, ao mesmo tempo em que oferecem retorno financeiro. Para investidores, isso significa acesso a oportunidades que aliem desempenho econômico e impacto socioambiental positivo. A expectativa é que o Brasil avance na regulamentação, consolidando-se como um player relevante na sustentabilidade global.
Desafios regulatórios e perspectivas futuras para o mercado de créditos de carbono
Embora o mercado brasileiro de créditos de carbono apresente um cenário promissor, ainda existem desafios regulatórios a serem superados para garantir maior segurança jurídica e transparência nas operações. A redução de incertezas e a criação de instrumentos eficientes são essenciais para atrair mais investimentos nacionais e internacionais. Nos próximos anos, o país deverá focar em consolidar seu arcabouço legal, impulsionando a geração de valor real para a economia e para a mitigação das mudanças climáticas.
