Cresce a Pressão Interna em Israel: Mulheres Lideram Protestos Contra a Guerra em Gaza

Enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu mantém o plano de ocupação da Faixa de Gaza, a mobilização interna em Israel pelo fim do conflito ganha força. Organizações de mulheres, lideradas principalmente por mães de soldados, estão na vanguarda dos protestos, expressando crescente preocupação com a segurança de seus filhos e o futuro do país.

Netanyahu tem enfrentado críticas internacionais devido ao seu plano militar para Gaza, que inclui a controversa ideia de transferência forçada da população civil. No entanto, a pressão interna parece estar aumentando, impulsionada pelo temor de uma escalada do conflito e pelas crescentes vozes que clamam por uma solução pacífica.

O movimento pelo fim da guerra ganhou impulso com a convocação de um bloqueio nacional, que exige o fim imediato das hostilidades. Famílias de reféns israelenses e soldados enviados à frente de batalha se uniram ao chamado, buscando uma resolução que garanta a segurança de seus entes queridos.

Nos arredores da Faixa de Gaza, organizações de mulheres montaram acampamentos, tornando-se um ponto focal para a resistência. Anabel Friedelander, uma das organizadoras e mãe de três reservistas, questiona: “Se o chefe do Estado-Maior diz que essa guerra precisa acabar, que ela coloca em risco os reféns e os soldados, então o que devemos pensar, nós, mães?”

Ronit Nahmias, avó de um reservista e veterana de movimentos pacifistas, compartilha o sentimento de urgência. “Chega, basta, parem! Não queremos enviar nossos filhos; não entendemos qual é o objetivo dessa guerra”, afirma Nahmias, expressando preocupação com extremistas no governo que buscam expandir o conflito.

Enquanto a indignação cresce, o Exército israelense anunciou a aprovação de um plano para ocupar a cidade de Gaza, intensificando os bombardeios e as incursões na região. Testemunhas relatam destruição generalizada e um fluxo constante de civis em fuga.

Em meio ao caos, o Hamas anunciou negociações no Cairo visando uma nova trégua. Netanyahu, por sua vez, declarou que o objetivo de Israel não é ocupar Gaza, mas desmilitarizá-la e estabelecer uma administração civil pacífica.

A oposição à guerra também se manifesta entre militares veteranos. Centenas de pilotos aposentados protestaram em Tel Aviv, exigindo o retorno dos reféns e o fim do conflito. “É a primeira vez”, declarou o ex-general Dan Halutz, ressaltando a importância do alerta que enviam ao governo.

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