Dados de outubro mostram aumento significativo na contratação de jovens, impulsionados por demanda no varejo e serviços.
O número de contratações de jovens cresceu 122% em outubro, segundo dados do Caged, com foco em trabalho temporário.
Crescimento expressivo nas contratações de jovens no Brasil
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que as contratações de jovens até 24 anos cresceram 122% em outubro de 2025. Este aumento significativo, registrado em um contexto de recuperação econômica, reflete a busca por mão de obra mais barata por parte das empresas, especialmente no setor de serviços e varejo, que são impulsionados pelas festas de fim de ano.
Setores que mais contrataram jovens
Entre as 85 mil novas vagas criadas em outubro, mais de 80 mil foram ocupadas por jovens de 18 a 24 anos. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou que muitos empresários optam por contratar essa faixa etária devido à menor qualificação e ao custo reduzido. A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, complementou que esse fenômeno ocorre com frequência no final do ano, quando a demanda por serviços aumenta.
A maior parte das contratações ocorreu no setor de serviços, com mais de 54 mil novas oportunidades. O comércio também teve um desempenho positivo, com 32 mil vagas, enquanto a indústria de transformação contribuiu com mais de 10 mil novas vagas. Essa tendência é reforçada pela prática de contratações temporárias, que visam atender à demanda sazonal.
Perfil das contratações e demissões
A análise dos dados do Caged revela que, em outubro, aproximadamente 110 mil pessoas foram admitidas sob contratos de trabalho temporário, enquanto 99 mil foram demitidas, resultando em um saldo positivo de 10 mil funcionários. Este cenário é caracterizado por um perfil de trabalhadores mais jovens e menos experientes. Apenas 4 mil dos novos admitidos possuíam ensino superior completo, e uma parte significativa se declarou como pertencente a grupos raciais variados.
Impacto da alta de juros na criação de empregos
Apesar do crescimento nas contratações de jovens, o Brasil também enfrentou uma diminuição na criação de empregos formais em relação aos meses anteriores. O mês de outubro registrou 85.147 novas vagas, a menor cifra desde março de 2025. O ministro Luiz Marinho atribui essa desaceleração à alta da taxa de juros, que inibe o crescimento econômico e, consequentemente, os investimentos.
Contexto econômico e futuro das contratações
Os dados da Caged indicam que a maioria das contratações ocorreu entre mulheres, com cerca de 65 mil admissões, comparadas a 19 mil para homens. A maior parte das mulheres foi admitida no setor de serviços, refletindo uma tendência de maior presença feminina no mercado de trabalho, especialmente em cargos temporários.
O cenário de contratações de jovens até 24 anos apresenta um panorama interessante, onde a demanda sazonal e a busca por mão de obra mais barata moldam o mercado de trabalho. À medida que o Brasil se aproxima do final do ano, é provável que esses padrões se intensifiquem, com a expectativa de um aumento nas contratações temporárias e uma elevada taxa de demissões nos meses subsequentes, como janeiro e fevereiro.
