Dados indicam resiliência apesar das incertezas no mercado de trabalho e inflação
O crescimento do PIB dos EUA alcançou 3,8% no segundo trimestre, superando as expectativas e refletindo um aumento no consumo.
Dados divulgados na quinta-feira refletem a resiliência da economia americana, com um crescimento do PIB de 3,8% no segundo trimestre, superando a estimativa anterior de 3,3% e representando a melhor performance desde o terceiro trimestre de 2024. O aumento foi impulsionado por um crescimento no consumo, que foi revisado de 1,6% para 2,5%.
Impacto do consumo na economia
Embora as pesquisas indiquem um clima de pessimismo entre os consumidores, os dados de gastos divulgados recentemente mostram que eles continuam dispostos a manter seu ritmo de compras. As reivindicações de auxílio desemprego caíram na última semana, sugerindo uma estabilização no mercado de trabalho, mesmo com o Federal Reserve prevendo um aumento na taxa de desemprego de 4,3% para até 4,5% até o final do ano. Alexandra Brown, economista da Capital Economics, comentou que os dados mais recentes indicam que a economia está se saindo bem, apesar da desaceleração no crescimento do emprego.
Desafios e incertezas econômicas
Apesar do crescimento, a economia dos EUA enfrenta desafios, como o impacto de tarifas e a pressão sobre os trabalhadores de renda baixa e média. O Federal Reserve, por sua vez, cortou as taxas de juros neste mês na tentativa de estimular o crescimento econômico, embora os dados positivos complicam essa estratégia. A revisão do PIB trouxe à tona preocupações sobre um crescimento desigual, onde o aumento no consumo não é uniforme entre as diferentes classes de renda.
O papel da tecnologia no crescimento
Um número crescente de evidências sugere que os gastos das empresas de tecnologia em inteligência artificial têm sido cruciais para sustentar o crescimento econômico. Investimentos em equipamentos, incluindo computadores e eletrônicos, estão próximos de recordes, mas especialistas alertam que essa dependência pode ser arriscada. George Saravelos, do Deutsche Bank, afirmou que, sem os investimentos em tecnologia, a economia dos EUA poderia estar em recessão neste ano, destacando a necessidade de outras fontes de crescimento se tornarem predominantes.
Apesar dos desafios, os dados mais recentes confirmam que a economia está se expandindo, levantando questões sobre a sustentabilidade desse crescimento no futuro.