Crianças participam da 1ª oficina de confecção de tijolos do futuro Centre Pompidou Paraná

Atividade reúne estudantes para criar tijolos sustentáveis a partir do barro local.

Crianças participam da 1ª oficina de confecção de tijolos do futuro Centre Pompidou Paraná
Oficinas de confecção de tijolos com estudantes.

Cerca de 100 estudantes de Foz do Iguaçu participam de oficinas para confecção de tijolos para o futuro Centre Pompidou Paraná.

Centro Pompidou Paraná e a participação da comunidade

Cerca de 100 estudantes da rede municipal de ensino de Foz do Iguaçu participaram, nesta quinta-feira, de oficinas lúdicas de confecção de tijolos a partir do barro retirado do terreno onde será construído o futuro Centre Pompidou Paraná, o primeiro satélite do renomado museu francês nas Américas. Essa iniciativa, promovida pelo Governo do Paraná por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Seec), busca integrar a comunidade ao projeto do museu desde seu início, criando um vínculo significativo com a obra.

O diretor de Museu, Memória e Patrimônio da Seec, André Avelino da Silva, destacou que o projeto vai além da construção física do museu. O objetivo é envolver a comunidade no processo e permitir que o público participe ativamente. “Não dá para pensar apenas em um prédio expositivo. A comunidade precisa se apropriar da ideia e articular as ações junto com o Estado e o Pompidou. Esse é o espírito da proposta”, ressaltou.

Importância da participação das crianças

A participação das crianças é apenas a primeira etapa de um conjunto de ações que envolverão estudantes, artistas e a comunidade local. Isso visa criar um vínculo simbólico e duradouro com o futuro museu. As oficinas são conduzidas pelo arquiteto Nicolas Marques de Oliveira, que explicou que a técnica aplicada é a mesma que será utilizada na construção do museu: tijolos moldados com a terra local, sem adição de cimento ou cal. Essa abordagem garante que o material permaneça sustentável e vivo.

Oliveira enfatizou que o método utilizado ajuda as crianças a entenderem a circularidade dos materiais. “Essa terra hoje vira tijolo e constrói o museu. É um material vivo, que mantém a vida em continuidade. Ao trabalhar com ele, as crianças aprendem sobre sustentabilidade e a importância de respeitar e valorizar os recursos locais”, afirmou.

O que pensam os estudantes

Rita de Almeida Falcão, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Vinícius de Moraes, comentou sobre a relevância da participação dos alunos. “É uma oportunidade especial. As crianças estão participando de um marco cultural que trará benefícios para nossa Foz do Iguaçu. Saber que contribuíram para a construção, mesmo que simbolicamente, é algo que elas vão guardar para o futuro”, disse.

Os estudantes também expressaram suas experiências. Nicolas Gabriel Brill, de 8 anos, compartilhou sua alegria com a atividade: “A gente fez o tijolo, mexeu no barro e foi divertido. Agora esse tijolo vai ajudar a construir o museu, e é legal saber que terão coisas novas aqui, sem precisarmos viajar para ver”. Já Miriã Barros da Silva, de 9 anos, destacou seu orgulho: “O que eu mais gostei foi de mexer com a terra. Quando eu for mais velha vou lembrar que participei. Isso dá alegria e orgulho”. Por sua vez, Phelipe de Souza Zaracho, também de 9 anos, ficou animado ao aprender uma nova atividade: “Eu não sabia como se fazia tijolo, achei que já vinha pronto. Do nada, aprender a fazer é muito legal. E o melhor foi me sujar, porque qual criança não gosta de se sujar?”.

Programação especial para o museu

A programação especial para a ativação do Centre Pompidou Paraná segue até o dia 6 de setembro, no pavilhão temporário montado na Avenida das Cataratas, em frente ao Centro de Convenções. O espaço atua como um ambiente de integração e preparação para a futura instituição cultural. Além das crianças da rede municipal, as oficinas de confecção de tijolos continuarão com estudantes de Arquitetura e, posteriormente, com toda a comunidade local. Também estão programadas palestras e encontros com a população, incluindo uma masterclass do arquiteto Solano Benítez, autor do projeto arquitetônico do museu. O evento contará com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Junior e do presidente do Centre Pompidou, Laurent Le Bon.

As ações visam criar um elo simbólico entre a população e o futuro museu, fortalecendo o sentimento de pertencimento. A construção do edifício está prevista para o primeiro semestre de 2026, com um investimento de cerca de R$ 200 milhões do Governo do Estado, em um terreno cedido pela Motiva, empresa responsável pela gestão do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. A inauguração está programada para 2027.

Além das atividades desta semana, a Secretaria da Cultura lançará o edital Oficinas de Práticas Contemporâneas do Centre Pompidou Paraná – Macrorregião Oeste, com R$ 600 mil em recursos destinados à seleção de agentes culturais que promovam oficinas educativas e artísticas voltadas a estudantes da rede pública e à comunidade local, garantindo que pelo menos 40% das vagas sejam destinadas a pessoas negras, indígenas ou com deficiência, conforme as políticas afirmativas.

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