Estudo aponta que inflação médica seguirá alta nos próximos anos.
A saúde privada no Brasil deve sofrer aumento significativo até 2028, com inflação médica projetada acima de 10%.
A saúde privada no Brasil enfrenta um cenário preocupante, com custos projetados para um aumento significativo nos próximos anos. De acordo com um estudo da corretora Willis Towers Watson (WTW), a inflação médica deve ultrapassar 10% em 2025 e se manter elevada, impactando diretamente o bolso dos brasileiros que dependem de planos de saúde e serviços médicos particulares.
Situação alarmante para consumidores
O levantamento indica que a inflação da saúde no Brasil deve encerrar o ano de 2025 com uma taxa de 11,1%, conforme a pressão contínua sobre os preços. O relatório destaca que 34% das seguradoras acreditam que os custos continuarão a subir fortemente nos próximos dois ou três anos, enquanto 50% prevêem que essa tendência se estenderá por um período ainda maior.
Os fatores que contribuem para essa escalada de preços são variados. A alta do dólar, que impacta o custo de insumos hospitalares e medicamentos, aliada ao desperdício na utilização dos planos de saúde e à prática de solicitar exames de forma indiscriminada, são apenas alguns dos pontos levantados pelos especialistas.
Impacto das novas tecnologias
O estudo também ressalta que a incorporação de novas tecnologias no setor médico, em vez de substituir métodos antigos, acaba aumentando os custos. Um exemplo citado é a autorização da cirurgia robótica de próstata pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que, embora inovadora, eleva as despesas gerais do setor. Além disso, medicamentos de alto custo, especialmente para tratamento de câncer, exercem forte pressão sobre os gastos.
Crescimento dos casos de câncer
Um dos principais responsáveis pelo aumento nos custos de saúde é o câncer, mencionado por 69% das seguradoras como um fator impactante. Outros problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e diabetes, também contribuem significativamente para a elevação dos custos. A diretora da WTW, Walderez Fogarolli, destaca que o câncer de mama, por exemplo, tem apresentado um crescimento acelerado, e há um aumento expressivo de diagnósticos em pessoas com menos de 40 anos.
Medidas para controle de custos
Diante desse cenário desafiador, as seguradoras têm buscado implementar medidas para ajudar empresas e clientes a gerenciar essas despesas, como coparticipações e limites de utilização. Apesar do aumento nos custos, muitos empregadores têm ampliado benefícios nas áreas de saúde mental e fertilidade, buscando oferecer um suporte mais abrangente aos seus colaboradores.
Perspectivas futuras
A expectativa é que, mesmo com os desafios financeiros, a adoção de Inteligência Artificial (IA) no setor de saúde cresça nos próximos anos, com o potencial de melhorar a comunicação entre seguradoras e usuários, tornando o acesso aos serviços mais eficiente. No entanto, a cobertura de tratamentos inovadores, como as canetas emagrecedoras, ainda é limitada, o que pode impactar a assistência médica no futuro.
Com uma análise abrangente e dados coletados de 346 seguradoras em 82 países, o relatório da WTW fornece um panorama claro da situação da saúde privada, destacando a necessidade urgente de estratégias eficazes para lidar com os crescentes custos e garantir o acesso a serviços de qualidade para a população brasileira.
Fonte: portalleodias.com
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