Casos de injustiça e suas consequências na saúde
Damaris Kremer da Rosa, que ficou presa injustamente por seis anos, faleceu devido a complicações de câncer, apenas dois meses após sua absolvição.
Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, faleceu em 27 de outubro de 2025, em Balneário Arroio do Silva (SC), devido a complicações de um câncer de colo de útero, que foi diagnosticado enquanto esteve presa por seis anos. A jovem foi acusada em 2019, pelo MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul), de ser cúmplice na morte de Daniel Gomes Soveral, mas sempre defendeu sua inocência, alegando que era vítima de abuso por parte da vítima.
A trajetória judicial e a luta pela liberdade
Durante sua detenção, Damaris enfrentou a recusa da Justiça em revogar sua prisão, mesmo sem provas concretas que a ligassem ao crime. A defesa, liderada pela advogada Rebeca Canabarro, destacou a ausência de evidências diretas e a deterioração da saúde da jovem, que apresentava sangramentos e dores no ventre. A prisão foi convertida em domiciliar em março de 2025, após o diagnóstico de câncer, permitindo que Damaris retornasse à casa da mãe, mas com monitoramento eletrônico.
Diagnóstico tardio e a luta contra a doença
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) recebeu três pedidos de soltura, sendo o primeiro negado por falta de comprovação médica adequada. Somente após a confirmação da doença, Damaris conseguiu ser liberada da prisão. Em abril de 2025, começou a realizar tratamento oncológico, que incluía quimioterapia e radioterapia. Infelizmente, a luta contra o câncer não teve um final feliz, e Damaris faleceu apenas dois meses após ser absolvida.
O impacto do caso e reflexões sobre a justiça
O caso de Damaris levanta questões sobre a justiça e as consequências de prisões injustas. A jovem, que passou seis anos de sua vida sob acusações infundadas, teve sua saúde severamente comprometida devido à falta de atenção médica durante a detenção. A sociedade e as autoridades precisam refletir sobre a importância de garantir direitos e saúde adequados para todos os detidos, evitando que tragédias como a de Damaris se repitam.