Debate sobre desenvolvimento sustentável no Vale do Catimbau destaca turismo comunitário

Câmara dos Deputados

Audiência pública analisa a importância da participação local e do Fundo da Caatinga

Audiência pública aborda turismo de base comunitária e o Fundo da Caatinga para o Vale do Catimbau.

Debate sobre o Vale do Catimbau e suas potencialidades

Na última terça-feira (18), representantes do governo federal se reuniram em uma audiência pública para discutir o desenvolvimento do Vale do Catimbau, localizado em Pernambuco. O evento, promovido pela Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, abordou o turismo de base comunitária como um caminho para fomentar a região, rica em biodiversidade e cultura, mas que ainda enfrenta desafios sociais significativos.

O Vale do Catimbau possui um elevado potencial turístico e ambiental, mas enfrenta um cenário de baixo desenvolvimento social. Municípios como Buíque, Ibimirim e Tupanatinga apresentam Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) que variam entre 0,527 e 0,552, bem abaixo da média nacional, que é de 0,786. Essa discrepância ressalta a necessidade urgente de transformar o turismo em uma alavanca para a melhoria da qualidade de vida da população local.

Importância da participação comunitária

Em sua fala, Tadeu Alencar, representante do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, enfatizou que os projetos turísticos na região devem evitar modelos excludentes. Ele alertou que resorts que não se conectam com a identidade local não trarão benefícios reais para a população. “Precisamos de turismo de base comunitária, que valorize as riquezas locais sem desnaturar o território”, destacou.

Vinícius Almeida, do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), também reforçou a importância da inclusão produtiva, afirmando que as iniciativas devem respeitar a realidade dos moradores. Segundo ele, o MCTI pode contribuir promovendo letramento digital e conectividade, essenciais para o fortalecimento do protagonismo das comunidades.

Ações para fortalecimento da caatinga

Daniel Peter, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, apresentou propostas para fortalecer as “economias múltiplas” do Vale do Catimbau. Ele citou programas como Florestas Produtivas e Conecta Caatinga, que visam integrar o potencial econômico e ambiental da região. “Nós não dizemos o que não pode, dizemos o como pode”, afirmou Peter, alinhando-se à visão da ministra Marina Silva.

Avanços no Fundo da Caatinga

O deputado Pedro Campos (PSB-PE) anunciou que o projeto de criação do Fundo da Caatinga avança na Câmara, com potencial para mobilizar cerca de R$ 100 milhões em recursos do BNDES e do Banco do Nordeste. O projeto (PL 1990/24) ainda precisa ser aprovado no Plenário da Câmara antes de seguir para o Senado. Campos acredita que esses recursos podem ser fundamentais para ações de preservação e geração de renda, ressaltando que a conscientização da população é crucial para o sucesso das iniciativas.

Apoio aos empreendedores locais

O BNDES, representado por Caio Ramos, também se comprometeu a apoiar o desenvolvimento do Vale do Catimbau, focando no fomento a micro e pequenas empresas da região. Com mais de 2 mil negócios registrados nos municípios vizinhos, o banco já aumentou em 54% o volume de operações em Pernambuco, priorizando os pequenos empreendimentos. Além disso, o banco pretende financiar a melhoria da infraestrutura, facilitando o acesso aos turistas, semelhante ao modelo adotado na Serra da Capivara, no Piauí.

Neste contexto, Ramos concluiu afirmando que o BNDES está preparado para apoiar tanto iniciativas comunitárias quanto investimentos públicos, desde que os projetos sejam submetidos de forma madura. A audiência pública demonstrou que o futuro do Vale do Catimbau depende da união entre desenvolvimento econômico e respeito à identidade cultural local.

Fonte: www.camara.leg.br

Fonte: Câmara dos Deputados

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