Acesso negado em meio a megaoperação que deixou 121 mortos
Defensoria Pública do Rio de Janeiro denunciou ter sido impedida de acompanhar perícias após megaoperação que resultou em 121 mortos.
Em 30 de outubro de 2025, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro denunciou o impedimento de acesso ao Instituto Médico-Legal (IML) para acompanhar as perícias dos corpos das vítimas da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, que ocorreu na terça-feira, 28 de outubro, resultando em 121 mortos e 113 presos. A defensora pública Rafaela Garcez afirmou que a atuação da Defensoria se dá no âmbito da ADPF das Favelas, ação monitorada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que visa a letalidade policial no estado.
Impedimento no IML
Garcez, em coletiva na frente do IML, informou que um ofício será enviado ao STF para solicitar a autorização de entrada, destacando a urgência da situação. “Estamos correndo contra o tempo porque esses corpos não vão ficar à disposição da Defensoria. Eles serão provavelmente encaminhados para sepultamento; por isso, estamos aqui buscando participar da produção dessa prova, mas nos foi impedido”, denunciou a defensora.
Contexto da megaoperação
A operação, considerada a mais letal da história do Rio, visou desarticular a estrutura do Comando Vermelho (CV), principal facção do tráfico no estado. O governo do estado afirmou que o objetivo era apreender fuzis da organização criminosa. Segundo as autoridades, quatro policiais foram mortos durante a operação, que foi marcada por um intenso enfrentamento ao crime organizado, conforme afirmou o governador do estado.
Resposta da Polícia Civil
Em uma nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que o acesso ao IML está restrito a policiais civis e membros do Ministério Público, conforme já havia sido divulgado anteriormente. Essa restrição levanta questões sobre a transparência e a supervisão das ações policiais em contextos de alta letalidade.