Análise dos dados financeiros do governo e suas consequências.
O governo central registrou um déficit primário de R$ 20,2 bilhões em novembro, refletindo desafios financeiros e queda nas receitas.
As contas do governo central têm demonstrado um cenário desafiador, com um déficit primário de R$ 20,172 bilhões em novembro de 2025. Este valor representa um aumento alarmante em relação ao superávit de R$ 36,527 bilhões registrado em outubro do mesmo ano e um rombo maior do que o registrado em novembro de 2024, que foi de R$ 4,503 bilhões. Este é o maior déficit para o mês desde 2023, quando o saldo negativo foi de R$ 41,707 bilhões, já ajustado pela inflação.
O Cenário Atual
Os dados divulgados pelo Tesouro Nacional revelam que as despesas do governo central aumentaram 4,0% em novembro em comparação ao mesmo mês do ano anterior, mesmo considerando a inflação. Em contraste, as receitas totais apresentaram uma queda real de 2,6%. Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, atribuiu o aumento do déficit a um menor nível de receitas não administradas, especialmente a diminuição dos pagamentos de dividendos e a receita de concessões.
Impacto nas Finanças Públicas
Os números refletem não apenas um desafio imediato, mas também levantam preocupações sobre a sustentabilidade das finanças públicas. O governo central acumula um déficit primário de R$ 83,823 bilhões de janeiro a novembro de 2025, uma deterioração em relação ao déficit de R$ 67,030 bilhões no mesmo período do ano passado. As despesas obrigatórias representam 17,24% do PIB, enquanto as discricionárias atingem 1,58%.
Expectativas para o Futuro
Ceron projetou que o resultado para 2025 deve ficar em torno de R$ 20 bilhões de déficit primário, um valor dentro do intervalo de tolerância estabelecido. Para o último mês do ano, uma expectativa de superávit primário de R$ 20 bilhões é prevista, impulsionada por receitas adicionais, como a entrada de R$ 13 bilhões em dividendos e R$ 8,8 bilhões de leilão de campos de petróleo.
Despesas e Benefícios
Um ponto a ser destacado é o aumento das despesas relacionadas ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), que, embora tenha crescido abaixo de 10%, ainda representa um aumento significativo no número de beneficiários. As estimativas do Ministério do Desenvolvimento Social indicam um aumento expressivo no número de pessoas que recebem o BPC ao longo das próximas décadas.
A situação atual das contas do governo central exige atenção redobrada e medidas eficazes para garantir um equilíbrio fiscal sustentável. Os próximos meses serão cruciais para avaliar a capacidade do governo em enfrentar estes desafios e assegurar a saúde financeira do país.
Fonte: www.moneytimes.com.br
