Raul Jungmann discute autonomia do Brasil em meio a pressões internacionais
Raul Jungmann afirmou que apenas o Brasil pode definir ações como terrorismo no Rio de Janeiro, destacando a soberania do país.
Em entrevista ao WW, Raul Jungmann, ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública, afirmou que a definição do que constitui terrorismo no contexto das operações no Rio de Janeiro é uma decisão que compete exclusivamente à soberania brasileira, independentemente de pressões internacionais.
Distinções entre terrorismo e crime organizado
Jungmann explicou que existem cerca de 64 definições reconhecidas de terrorismo, sendo a principal delas a da Organização das Nações Unidas. Ele ressaltou que participou ativamente dos debates sobre a atual legislação antiterrorismo no Brasil, que foi desenvolvida especialmente no contexto dos Jogos Olímpicos de 2016. O ex-capitão do Bope também declarou que o conflito no Rio é quase uma guerra civil, evidenciando a gravidade da situação.
Impactos nas relações internacionais
O ex-ministro destacou uma distinção fundamental: enquanto o terrorismo está associado a uma atividade política e busca dobrar o Estado através do terror à sociedade civil, o crime organizado é essencialmente uma atividade econômica, ainda que realizada por meios ilícitos. Jungmann também comentou sobre a lei antifacção proposta pelo Ministério da Justiça, ressaltando que representa uma mudança significativa na abordagem do governo atual em relação ao combate ao crime organizado.
Autonomia decisória do Brasil
Por fim, Jungmann mencionou que o tema pode impactar as relações entre Brasil e Estados Unidos, mas reforçou que o país precisa manter sua autonomia decisória. Durante conversas com representantes da embaixada americana, foi enfatizado que as discussões devem se concentrar em questões comerciais, preservando a soberania brasileira em outros aspectos.