Depoimento de Américo Monte Júnior marca nova etapa na CPMI do INSS

Após rejeição de convocações, CPI ouve presidente da ABCB sobre irregularidades

CPMI do INSS ouve o presidente da ABCB, Américo Monte Júnior, em meio a investigações sobre irregularidades.

CPMI do INSS inicia novas audiências com foco em irregularidades

A CPMI do INSS, nesta quinta-feira (4/12), ouviu Américo Monte Júnior, presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), em um momento crucial para as investigações sobre as alegações de fraudes no sistema de aposentadorias brasileiro. O depoimento ocorre após a rejeição de convocações importantes, como a do ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, e do filho do presidente, Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha. Essas decisões foram tomadas com apoio do governo e geraram controvérsia entre os parlamentares.

Irregularidades e o impacto da CPMI

A chamada “farra no INSS” foi revelada em dezembro de 2023, quando reportagens expuseram um aumento significativo nas arrecadações de associações que aplicavam descontos indevidos a aposentados, totalizando cerca de R$ 2 bilhões em um ano. Esses descontos tinham relação com filiações fraudulentas, resultando em milhares de processos judiciais contra as entidades.

A situação levou à abertura de inquéritos pela Polícia Federal e investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2025, causou a demissão de autoridades, incluindo o presidente do INSS e o ministro Carlos Lupi. As investigações contaram com 38 reportagens que alimentaram o processo da PF.

Habeas corpus impede questionamentos

Apesar da relevância de seu depoimento, Américo Monte Júnior não precisou responder às perguntas dos parlamentares, pois obteve um habeas corpus do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa situação gerou críticas, especialmente do presidente da CPMI, senador Carlos Viana, que apontou essa decisão como mais uma interferência do STF nas investigações.

Desafios enfrentados pela CPMI

A CPMI também enfrentou outros desafios nesta sessão. O depoimento do primeiro convocado, Silas da Costa Vaz, da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares, foi cancelado devido a problemas de saúde, o que levantou questões sobre a condução das audiências e a seriedade das investigações.

Relatórios da CGU apontaram que 97,6% dos beneficiários entrevistados alegaram não ter autorizado os descontos realizados. A CPMI ainda votou contra a quebra de sigilo de uma instituição financeira, mas aprovou novas convocações, incluindo a do governador de Minas Gerais, Romeu Zema.

Acompanhamento das investigações

As investigações sobre as irregularidades no INSS continuam em curso, e a CPMI deve seguir ouvindo depoentes e analisando as evidências coletadas. Com a sociedade atenta e preocupada com a transparência das práticas no sistema previdenciário, será crucial a forma como a CPMI conduzirá suas próximas etapas.

O acompanhamento da evolução das investigações será essencial para restaurar a confiança pública nas entidades responsáveis pela gestão dos benefícios previdenciários.

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