Decisão reflete a tensão interna no partido e a estratégia em torno da cassação do mandato de Glauber Braga.
Vice-líder do PL, Bibo Nunes, é destituído após apoiar emenda que salvou Glauber Braga.
Deputado do PL é destituído após votação favorável à emenda de Glauber
Na noite de 10 de dezembro de 2025, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, anunciou a destituição do deputado Bibo Nunes do cargo de vice-líder. A decisão ocorreu após Nunes ter votado a favor de uma emenda que previa a suspensão do mandato do deputado Glauber Braga, do PSol. Essa emenda foi considerada uma manobra pelos aliados de Glauber, que buscavam evitar sua cassação definitiva.
O objetivo da emenda, que substituía a proposta de cassação por uma suspensão de seis meses, exigia a aprovação de 257 votos dos 513 deputados, um número que não teria como ser alcançado caso o parecer de cassação fosse votado. Como Bibo Nunes justificou, seu voto a favor da emenda visava garantir que, caso essa proposta fosse rejeitada, o retorno ao parecer que pedia a cassação se tornasse inevitável.
O desdobramento da votação e suas implicações
Os deputados do PSol conseguiram, com o apoio de partidos do Centrão e do governo, aprovar a emenda por 318 votos. A decisão de Cavalcante em destituir Nunes foi clara: um vice-líder deve lealdade a seu líder, e a falta de comunicação prévia sobre o voto gerou um racha significativo na base do partido. “Ele tem total liberdade em seu mandato, mas não pode desqualificar a liderança enquanto tivermos líder”, afirmou Sóstenes na tribuna.
Este episódio reflete a tensão interna no PL, especialmente sobre a questão da cassação de Glauber Braga, que havia sido alvo de um parecer do Conselho de Ética aprovado em abril, recomendando a cassação e a inelegibilidade do parlamentar por oito anos. A emenda aprovada representa uma vitória para o PSol e um recuo para as forças que tentavam consolidar a cassação.
Expectativas futuras e novos desafios
Com a tensão crescente, o movimento do PL pode reverberar em futuras votações, especialmente com a pressão que a oposição e os aliados de Glauber exercerão. O posicionamento de Bibo Nunes, apesar de suas justificativas, aponta para um possível descontentamento no seio do partido, o que poderá impactar sua imagem e sua atuação política em votações futuras. Os desdobramentos desse caso poderão moldar a dinâmica política na Câmara e nas próximas eleições.
Assim, a destituição de Bibo Nunes não é apenas uma questão de disciplina partidária, mas também um reflexo das complexas relações de poder em jogo no atual cenário político do Brasil.



