Deputado Renato Freitas se declara “maconheiro” e defende plantio com ex-detentos

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O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) afirmou ser “maconheiro” durante entrevista sobre o uso de cannabis e declarou que já tentou plantar maconha em casa. A fala, somada à defesa da criação de uma associação para cultivo de cannabis medicinal com participação de ex-detentos, gerou forte repercussão e abriu novo capítulo no debate sobre drogas, segurança pública e racismo no Brasil.

Na entrevista, Freitas tratou do tema da descriminalização e do uso da maconha, assumindo publicamente ser usuário. Ele também mencionou a intenção de estruturar uma associação voltada ao cultivo de cannabis para fins medicinais, com o envolvimento de pessoas que já passaram pelo sistema prisional.

A proposta, segundo o deputado, teria como objetivo incluir ex-detentos em atividades produtivas e auxiliar no acesso a tratamentos à base de cannabis medicinal, hoje utilizados em diferentes terapias. A participação desse público no projeto, no entanto, foi um dos pontos que mais gerou controvérsia.

Críticos da ideia argumentam que a iniciativa poderia fragilizar o combate ao tráfico e enviar uma “mensagem equivocada” em relação ao uso de drogas, especialmente em áreas já marcadas pela violência. Já defensores de políticas alternativas para o tema das drogas enxergam na proposta uma oportunidade de reinserção social de ex-detentos e de ampliação do acesso à cannabis medicinal dentro de um ambiente regulado.

O episódio também reacendeu discussões sobre racismo estrutural, uma vez que a política de drogas e o encarceramento em massa atingem de forma desproporcional a população negra e periférica. Nesse contexto, a fala de Renato Freitas foi interpretada por alguns como uma provocação ao modelo atual de repressão, e por outros como um gesto de irresponsabilidade por partir de um agente público.

O debate em torno das declarações do parlamentar deve permanecer em evidência nos próximos dias, tanto na Assembleia Legislativa do Paraná quanto nas redes sociais, onde o tema já mobiliza apoiadores e críticos da proposta.

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