Medicamento sedativo desaparece das prateleiras e gera insegurança
O sumiço do Rivotril em farmácias brasileiras gera preocupação entre usuários e especialistas. O medicamento, essencial para muitos, está em falta devido a problemas de produção.
Na última segunda-feira (30), um alerta foi emitido sobre a falta de Rivotril nas farmácias brasileiras, especialmente nas versões em gotas de 2,5 mg/mL e comprimidos sublinguais de 0,25 mg. A situação foi confirmada por fabricantes e o Conselho Federal de Farmácia (CFF), que apontam para uma combinação de fatores que resultaram no sumiço do sedativo, amplamente utilizado no país.
Mudança na produção e consequências
A Biopas Brasil, responsável pela comercialização do medicamento, revelou que a fabricação dos insumos foi transferida do Brasil para a Europa, com a produção das gotas agora ocorrendo na Itália e a versão sublingual na Espanha. Isso pode significar meses sem o produto nas prateleiras, com previsão de retorno apenas no final de 2025 e início de 2026.
Problemas regulatórios
A Anvisa informou que a Blanver, detentora do registro do Rivotril, não respeitou o prazo mínimo de 180 dias para notificar a mudança de local de produção, recebendo a comunicação apenas em agosto de 2025, após a interrupção já estar em curso. Se confirmadas as irregularidades, a empresa poderá ser multada ou ter o registro dos medicamentos suspensos.
Situação atual e alternativas
Enquanto isso, pacientes e médicos enfrentam um cenário de insegurança. O clonazepam, ativo do Rivotril, é amplamente utilizado no Brasil, com um percentual significativo da população, 14,3%, utilizando benzodiazepínicos, segundo o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid). Com a escassez, alternativas estão sendo buscadas para evitar interrupções no tratamento, que podem ser prejudiciais para os usuários frequentes do medicamento.