Desaceleração econômica da China se aprofunda em outubro com queda no setor imobiliário

CNBC

Dados revelam contração em investimentos e crescimento moderado nas vendas varejistas

A economia da China enfrenta uma desaceleração em outubro, com queda nos investimentos e crescimento modesto nas vendas.

Desaceleração econômica da China: um panorama em outubro

A desaceleração econômica da China se tornou mais acentuada em outubro de 2023, evidenciada por uma série de dados econômicos que refletem uma demanda do consumidor em baixa e um setor imobiliário em crise. Neste mês, a contração nos investimentos em ativos fixos atingiu 1,7% nos primeiros dez meses do ano, uma queda significativa em relação ao declínio de 0,5% observado entre janeiro e setembro. Essa informação foi divulgada pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China.

Queda nos investimentos e crescimento das vendas

Os analistas esperavam uma redução de apenas 0,8%, o que torna a contração ainda mais alarmante. O último registro de queda nos investimentos fixos ocorreu em 2020, durante a pandemia. As vendas no varejo, por sua vez, aumentaram 2,9% em outubro em relação ao ano anterior, superando as expectativas de crescimento de 2,8%, mas apresentando uma desaceleração em comparação ao aumento de 3% registrado em setembro.

A produção industrial também foi afetada, crescendo 4,9% em outubro, mas abaixo do esperado de 5,5%. O setor de manufatura, crucial para a economia, viu sua atividade cair para o menor nível em seis meses, impactada pelo feriado prolongado que reduziu a operação das fábricas. Esse cenário levanta preocupações sobre a recuperação econômica do país.

Pressões inflacionárias e mercado de trabalho

Em termos de inflação, os preços ao consumidor subiram 0,2% em outubro, marcando o primeiro crescimento positivo desde junho. O índice de preços ao consumidor núcleo, que exclui alimentos e energia, aumentou 1,2%, o maior desde fevereiro de 2024. Enquanto isso, a taxa de desemprego urbano caiu ligeiramente para 5,1% em outubro, uma leve melhoria em relação aos 5,2% de setembro, mas ainda refletindo pressões sobre o mercado de trabalho.

Exportações em queda e tensões comerciais

Outro fator a ser considerado é que as exportações da China inesperadamente contraíram em outubro, pela primeira vez em quase dois anos, devido a uma queda nas remessas para os EUA. As tensões comerciais entre Washington e Pequim continuam a ser um desafio, embora tenha havido um acordo para cortar tarifas mútuas, o que pode oferecer um alívio a curto prazo.

Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management, acredita que o governo chinês pode optar por não implementar novas políticas de estímulo até o final do ano, dado que a economia parece estar em caminho para atingir a meta de crescimento de 5%. As projeções de crescimento econômico para a China foram revisadas para 4,8% no terceiro trimestre, uma desaceleração em relação a expansões anteriores, refletindo os desafios que o país enfrenta diante de um cenário econômico global incerto.

Conclusão

Assim, a desaceleração econômica da China em outubro destaca a fragilidade da recuperação, com desafios significativos nos setores de investimentos e consumo. O futuro próximo exigirá vigilância sobre como as políticas econômicas e as condições globais influenciarão o desempenho econômico do país.

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