Desafios fiscais do governo Lula em 2026

Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

Análise da situação econômica e suas implicações políticas

A situação fiscal do governo Lula em 2026 será marcada por desafios significativos, exigindo medidas rigorosas e estratégias orçamentárias.

O ano de 2026 será um teste crucial para a administração de Luiz Inácio Lula da Silva. Os desafios não se limitam apenas ao cenário eleitoral, mas também à gestão fiscal, que passa por um momento delicado sob a liderança do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A meta de superávit primário estabelecida para o ano, de 0,25% do PIB, cerca de R$ 34 bilhões, apresenta um caminho repleto de obstáculos.

Contexto da Situação Fiscal

Desde o início do mandato, a equipe de Haddad já se deparou com diversas dificuldades. A meta fiscal estipulada é considerada “desafiadora” por Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento. O governo entrou em 2026 com uma série de compromissos orçamentários que foram planejados em 2025, mas que dependem de aprovações no Congresso, criando um cenário de incerteza.

Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu alertas sobre a fragilidade da fiscalização das contas públicas e a necessidade de um controle mais rigoroso sobre as despesas. Esse contexto exige que o governo busque soluções criativas e eficazes para alcançar suas metas, sem comprometer ainda mais a confiança do público e a estabilidade econômica.

Detalhes das Medidas Fiscais

Entre as iniciativas para aumentar a arrecadação, o governo propôs a taxação de apostas e fintechs, além de revisões em benefícios sociais. Essas medidas visam compensar a perda de arrecadação após a derrubada de um decreto que buscava aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A tentativa de aprovar essas medidas no Congresso, no entanto, enfrentou resistência e resultou em derrotas para o governo.

O governo também está tentando utilizar a estratégia do “jabuti”, que consiste em inserir partes da Medida Provisória em outros projetos em tramitação. Essa manobra é vista como uma forma de contornar a dificuldade de aprovar medidas de arrecadação em um ambiente político adverso.

Impactos e Desafios Futuros

O déficit do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e o crescimento das despesas atreladas ao PIB, como saúde e educação, são preocupações adicionais. Especialistas alertam que, sem uma reavaliação das despesas obrigatórias e discricionárias, o governo pode encontrar dificuldades para manter o equilíbrio fiscal. O aumento de gastos públicos pode limitar a capacidade de investimentos e criar um ciclo vicioso de déficits.

O TCU recomendou que o governo mire no centro da meta fiscal, em vez de se contentar com o piso da meta. Apesar disso, a equipe econômica argumenta que a situação atual exige uma abordagem flexível, utilizando a ideia de “empoçamento” para lidar com o orçamento não gasto. Essa prática, embora útil a curto prazo, pode gerar desconfiança a longo prazo, especialmente em um ano eleitoral.

Em suma, o governo Lula terá que navegar por um mar de desafios fiscais e políticos em 2026. O sucesso dependerá da capacidade da administração de implementar reformas eficazes, controlar despesas e manter a confiança do eleitorado, essencial para a reeleição e a estabilidade econômica do país.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

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