Descoberta de níquel no cometa 3I/ATLAS pelo VLT no Chile

Agencia Espacial Europeia (ESA) NYT

Detecção inusitada de vapor de níquel em cometa interestelar

Em 20 de julho de 2025, foi detectado vapor de níquel no cometa 3I/ATLAS, revelando novas informações sobre sua composição química.

Em 20 de julho de 2025, astrônomos internacionais detectaram vapor de níquel atômico na atmosfera do cometa interestelar 3I/ATLAS, a 3,88 unidades astronômicas (UA) do Sol, utilizando os espectrógrafos X-shooter e UVES do Very Large Telescope (VLT), no Chile. Essa descoberta inusitada ocorreu em temperaturas baixas, onde a sublimação de metais não é esperada, revelando dados sobre a composição química de materiais de outros sistemas estelares.
O cometa, que foi descoberto em 1º de julho de 2025 pelo sistema ATLAS, segue uma trajetória hiperbólica, confirmando sua origem interestelar. Durante as observações iniciais, o objeto foi capturado em fase dormente, permitindo monitorar sua ativação à medida que se aproxima do Sol. O periélio está previsto para 29 de outubro de 2025, com uma distância mínima do Sol estimada em cerca de 2 UA. Comparações com 2I/Borisov e ‘Oumuamua destacam diferenças químicas significativas.

Detalhes das observações

A emissão de níquel no cometa intensificou-se nas observações subsequentes, sendo considerada significativa em 23 de julho, a 3,78 UA. Medições indicaram um aumento na produção de átomos de níquel, seguindo uma lei de potência, onde Q(Ni) é proporcional a r_h na potência de -6,4. Em meados de agosto, a distância do cometa ao Sol reduziu para 3,07 UA, momento em que também foi registrado cianogênio (CN).
O níquel foi detectado sem a presença simultânea de ferro, confirmando a ausência deste elemento acima dos limites instrumentais. Processos em baixas temperaturas foram sugeridos como explicações para a liberação de níquel, com moléculas ligadas a monóxido de carbono possivelmente se desintegrando sob radiação solar.

Complementação das observações

Observações do Telescópio Espacial James Webb complementaram os dados obtidos, mostrando que a coma do cometa apresenta uma alta proporção de dióxido de carbono em relação à água. Gelo de água e monóxido de carbono foram identificados na coma, indicando a presença de materiais congelados de origem externa ao sistema solar.
As análises espectrais revelaram linhas de Ni I, com observações abrangendo 11 visitas com X-shooter e duas com UVES. A produção de níquel em relação à distância heliocêntrica foi plotada, com dados do 3I/ATLAS sendo comparados a cometas do sistema solar por classe dinâmica.

Próximos passos na pesquisa

A equipe internacional continua monitorando o cometa, que inclui cientistas do Chile, Bélgica, Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia, Estados Unidos e Itália. Novas espécies químicas podem surgir com o aquecimento do cometa. Telescópios terrestres e espaciais estão coordenando as coletas de dados, enquanto o cometa está prestes a deixar o sistema solar após o periélio. Os registros acumulados contribuirão para estudos sobre sistemas exoplanetários distantes, revelando mais sobre as condições de formação original e a composição química de blocos de construção planetários.

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