Estudo realizado na China acelera a compreensão das propriedades das partículas fundamentais
Cientistas chineses fazem avanços significativos no estudo de neutrinos, reduzindo tempo de análise para 59 dias.
O maior detector de neutrinos do mundo
Cientistas chineses estão revolucionando o campo da física com o maior detector de neutrinos do mundo, o Observatório Subterrâneo de Neutrinos de Jiangmen (Juno). Localizado no sul da China, este detector conseguiu medir propriedades fundamentais dos neutrinos em apenas 59 dias, um feito que levou 50 anos para ser realizado em experimentos anteriores. A pesquisa, publicada em versão pré-print no arXiv em 18 de novembro, marca um avanço significativo na compreensão dessas partículas fundamentais.
A natureza enigmática dos neutrinos
Os neutrinos são partículas subatômicas extremamente leves e com uma interação muito fraca com a matéria, o que lhes confere o apelido de “partículas fantasmas”. Três tipos de neutrinos foram identificados: elétron, múon e tau. Eles estão presentes em grande quantidade, atravessando constantemente nosso corpo e o ambiente ao nosso redor, mas raramente interagem com outras partículas. Essa característica torna os neutrinos um dos objetos mais desafiadores de se estudar na física moderna.
Inovações no design do detector Juno
O detector Juno foi projetado especialmente para bloquear a entrada de outras partículas, permitindo que apenas os neutrinos sejam analisados. Com um diâmetro de 35 metros e uma capacidade de 20 mil toneladas de um líquido especial que brilha ao ser atingido por um neutrino, o Juno é 20 vezes maior que outros detectores semelhantes. Ao redor do tanque, sensores sofisticados são responsáveis por localizar os clarões de luz gerados pelas interações e fornecer informações cruciais sobre os fenômenos observados.
Implicações para a física moderna
Com os dados coletados pelo Juno, os cientistas esperam não apenas entender melhor os neutrinos, mas também descobrir novas propriedades que poderiam desafiar o modelo padrão da física. Este modelo, que descreve as partículas fundamentais e suas interações, não consegue explicar completamente o fenômeno da oscilação de neutrinos, onde as partículas mudam de identidade ao se moverem. Segundo Ranucci, um dos pesquisadores envolvidos, “o fenômeno da oscilação significa que os neutrinos são, até agora, as únicas partículas para as quais existe uma propriedade que o Modelo Padrão não prevê”.
O futuro das investigações sobre neutrinos
A expectativa é que o detector Juno continue a revelar mais atributos dos neutrinos nos próximos anos. Se as pesquisas forem bem-sucedidas, as partículas podem deixar de ser consideradas “fantasmas” e se tornar uma chave para novas descobertas na física. O potencial para alterar nosso entendimento do universo é imenso, e as investigações em curso podem levar a um novo paradigma na física.
Conclusão
Com seus avanços, o maior detector de neutrinos do mundo, Juno, não apenas representa um triunfo da engenharia e da tecnologia, mas também promete abrir novas fronteiras no nosso conhecimento sobre as partículas fundamentais que compõem o universo. As descobertas que estão por vir podem mudar a forma como entendemos as leis da física e a própria estrutura da realidade.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: m colorida mostra detector de neutrinos JUNO