Quase 200 mil pessoas estão retornando às suas casas nas províncias fronteiriças entre a Tailândia e o Camboja. O deslocamento em massa ocorreu no final de julho, motivado por confrontos armados entre os dois países.
Autoridades de ambos os lados da fronteira confirmaram a retomada do fluxo populacional para as áreas de origem. O Camboja registrou inicialmente cerca de 170 mil deslocados, enquanto a Tailândia contabilizou 190 mil. Estes números foram significativamente reduzidos, com a Tailândia reportando 26.880 pessoas ainda fora de suas residências. O Camboja, embora não tenha especificado o número exato de pessoas em abrigos, confirmou o fechamento de alguns desses locais e o retorno de milhares de cidadãos.
O movimento de retorno ganhou força após quatro noites consecutivas sem relatos de ataques na região de fronteira. Um cessar-fogo, mediado por Estados Unidos e China, entrou em vigor na última quarta-feira e está sendo monitorado por delegados militares da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
A Tailândia solicitou aos moradores da província de Sisaket que permaneçam em abrigos até que uma varredura complete a certificação de que a área está livre de perigos, após acusações do Exército tailandês de que o Camboja teria instalado minas antipessoais em certos territórios. O país também tem reforçado a vigilância para neutralizar drones que sobrevoam a região e prender suspeitos de espionagem perto das linhas de fronteira.
Representantes dos governos da Tailândia e do Camboja confirmaram a participação na reunião do Comitê Geral de Fronteira (CGF), agendada para ocorrer na Malásia, com a observação de EUA e China. O conflito, que começou em 24 de julho e durou cinco dias, resultou em 44 mortes e mais de 100 feridos nos dois lados da fronteira. A disputa territorial histórica entre Bangcoc e Phnom Penh se intensificou em maio, após a morte de um militar cambojano em um confronto em área reivindicada por ambos os países. A fronteira entre os dois países foi originalmente demarcada pela França em 1907, quando o Camboja era uma colônia francesa.
