O evento que deveria reposicionar o Brasil na liderança ambiental enfrenta crises e protestos
A COP30, planejada por Lula como um evento de prestígio, se tornou um símbolo de desorganização e protestos.
Desorganização e protestos marcam a COP30
A COP30, realizada em Belém, teve como objetivo reposicionar o Brasil como referência mundial em liderança ambiental, mas se tornou um evento marcado por desorganização e críticas. O presidente Lula, que apostava na conferência como um símbolo de prestígio internacional, viu seus planos se desmoronarem diante de uma série de problemas que afetaram a imagem do evento.
Nos últimos dias, a cerimônia enfrentou sucessivos desafios, como altos preços de acomodações, relatos de conforto precário e uma escassez de produtos nas praças de alimentação. A situação se agravou com os protestos de grupos indígenas, que invadiram áreas restritas da conferência. O episódio mais notório ocorreu na terça-feira (11), quando cerca de 50 manifestantes da Marcha Global de Saúde e Clima romperam o bloqueio de segurança, tentando acessar a Zona Azul, área dedicada a diplomatas e jornalistas.
O impacto dos protestos
Entre os manifestantes estavam indígenas Tapajós e membros do coletivo Juntos, que se identificaram com camisetas do PSOL. A ação, batizada nas redes sociais de “Ocupa COP”, gerou tumulto e culminou na necessidade de intervenção por parte das autoridades. De acordo com o jornal The Guardian, dois seguranças ficaram feridos e a ONU confirmou a necessidade de medidas emergenciais para controlar a situação.
A situação se tornou ainda mais crítica quando a CNN reportou que faixas de protesto clamavam “Nossa terra não está à venda”, refletindo a frustração dos povos originários com a exclusão de suas vozes nas mesas de decisão da conferência. A liderança indígena do povo Tupinambá expressou sua indignação, afirmando que “não podemos comer dinheiro” e exigindo a proteção de suas terras contra a exploração de recursos naturais.
Críticas ao governo
A insatisfação com o governo federal não se limitou aos grupos indígenas. Setores da esquerda, que tradicionalmente apoiam o governo Lula, também manifestaram sua frustração. A ativista Helen Cristine, do movimento Juntos, destacou que a COP30 não representava os interesses dos povos originários, sendo mais voltada para os empresários. A exploração de petróleo na Foz do Amazonas foi citada como um exemplo de como o governo falha em proteger o meio ambiente.
O jornal português Público registrou que os tumultos obrigaram o cancelamento das atividades programadas para o encerramento do segundo dia da conferência, duas horas antes do previsto. Já o Le Monde, da França, destacou que os indígenas foram impedidos de apresentar suas reivindicações na Zona Azul, levando a um clima de tensão e protestos contínuos. O professor João Santiago, da Universidade Federal do Pará, foi um dos testemunhas do confronto, que evidenciou a fragilidade da organização do evento.
Consequências para o governo Lula
Com a COP30 se tornando uma vitrine de desorganização e crise, a imagem do governo Lula foi severamente comprometida. O evento, que deveria simbolizar um novo começo para a política ambiental brasileira, acabou tornando-se um ponto de derrocada para a administração atual. A perda de apoio popular e o distanciamento de setores anteriormente aliados ao governo são consequências diretas dessa situação. Assim, tudo o que o presidente queria evitar acabou se concretizando, revelando os desafios que ainda estão por vir na agenda ambiental do Brasil.
Fonte: www.conexaopolitica.com.br
Fonte: Agência


