Dinamarca cria ‘vigília noturna’ para monitorar Trump após polêmica sobre a Groenlândia

Helen Sloan/AP

Iniciativa visa acompanhar pronunciações e movimentos do presidente dos EUA durante a noite

Copenhague estabelece uma 'vigília noturna' para acompanhar as declarações de Trump após tensões sobre a Groenlândia.

A Dinamarca estabeleceu uma “vigília noturna” em seu ministério das Relações Exteriores, a partir de uma necessidade de monitorar as pronunciações e movimentos do presidente dos EUA, Donald Trump, especialmente após a recente tensão diplomática gerada pelo seu interesse na Groenlândia. O novo arranjo foi implementado em resposta a uma ameaça de Trump de tomar controle da ilha ártica, o que provocou um choque nas relações entre os dois países.

O funcionamento da vigília começa diariamente às 17h, horário local, quando os membros da equipe se reúnem para analisar as notícias e declarações feitas por Trump. Um relatório é produzido e distribuído a partir das 7h do dia seguinte, garantindo que as autoridades dinamarquesas estejam sempre atualizadas sobre os desenvolvimentos relevantes. Essa iniciativa, conforme reportado pelo jornal Politiken, reflete a adaptação da diplomacia dinamarquesa a uma nova realidade imposta pela administração Trump.

Segundo uma fonte próxima ao ministério das Relações Exteriores, a diferença de fuso horário entre a Dinamarca e os Estados Unidos foi um fator crucial para a introdução dessa vigília. Essa nova abordagem visa evitar que os diplomatas precisem correr para seus celulares para se atualizarem sobre as notícias vindas dos EUA, promovendo um esforço coletivo para acompanhar as ações de Trump.

Jacob Kaarsbo, ex-analista-chefe da agência de inteligência de defesa dinamarquesa, comentou que essa medida é um indicativo de que a ideia de que os EUA eram o maior e mais importante aliado da Dinamarca está superada. Ele argumenta que as alianças devem se basear em valores comuns e uma percepção compartilhada de ameaças, algo que, segundo ele, Trump não compartilha. “Ele não compartilha isso com a Dinamarca e, eu diria, com a maioria dos europeus também”, afirmou.

Essa vigília noturna se torna um símbolo da crescente preocupação da Dinamarca em relação à política externa dos EUA sob a administração Trump. A reação dinamarquesa a essa nova dinâmica destaca a necessidade de adaptação em um cenário internacional em constante mudança, onde as relações tradicionais estão sendo desafiadas por novas realidades políticas. O governo dinamarquês, portanto, busca não apenas adaptar suas práticas diplomáticas, mas também garantir que sua posição na arena internacional permaneça forte e coesa, mesmo diante das incertezas que surgem com a administração americana.

Assim, a ‘vigília noturna’ não é apenas um mecanismo de monitoramento, mas também um reflexo da vigilância e da proatividade que a Dinamarca está adotando em suas relações com os Estados Unidos. Essa nova postura pode muito bem definir o futuro das interações entre esses dois países, especialmente em questões delicadas que envolvem a segurança e a soberania territorial.

Fonte: www.theguardian.com

Fonte: Helen Sloan/AP

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