Ministro do STF expressa preocupação com servidores públicos envolvidos em ações golpistas
Flávio Dino lamenta que servidores públicos apoiaram uma tentativa de golpe de Estado, durante julgamento no STF.
Crítica de Flávio Dino a servidores públicos
No último dia 18 de novembro, durante o julgamento do núcleo 3 da tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Flávio Dino fez declarações contundentes sobre a participação de servidores públicos em ações golpistas. Dino, que possui 36 anos de carreira como servidor público, expressou sua tristeza ao observar que alguns colegas caíram no que chamou de ‘canto da sereia’.
Dino lamentou que servidores com longas trajetórias no serviço público estivessem envolvidos em atividades que ameaçam a democracia. Ele ressaltou que o apoio a uma ruptura do Estado de Direito é algo que ‘dói na alma’. Essas declarações vêm em um momento crucial, em que o STF analisa a adesão de militares e de um policial federal a uma tentativa de golpe.
O julgamento do núcleo 3
O núcleo 3 da trama golpista é composto por 10 réus, incluindo militares das Forças Especiais, conhecidos como ‘kids pretos’, e o policial federal Wladimir Soares. A Primeira Turma do STF condenou, por unanimidade, 9 dos 10 réus envolvidos no caso. O julgamento visa não apenas punir os responsáveis, mas também enviar uma mensagem clara a todos os servidores públicos sobre as consequências de suas ações.
Dino enfatizou que o objetivo do julgamento é emitir um chamado respeitoso a todos os servidores para que não se deixem levar por tentações que possam comprometer sua integridade e a do país. Ele questionou a motivação de servidores mais velhos que se envolvem em atividades duvidosas, sugerindo que não vale a pena perder a reputação por ganhos financeiros temporários.
Reflexões sobre a moralidade no serviço público
Em suas declarações, Dino refletiu sobre a moralidade que deve guiar os servidores públicos. Para ele, a reputação e a ética são fundamentais no exercício da função pública. Ele fez um apelo para que os servidores reconsiderem suas decisões, alertando que a busca por dinheiro fácil pode levar a consequências irreparáveis.
‘Vejo, às vezes, um servidor com 60, 70 anos, até mesmo magistrados, que, de repente, vão no canto da sereia. Fico pensando: ele vai fazer o quê com esse dinheiro? Vai para o Egito construir uma pirâmide?’, questionou.
O impacto das declarações de Dino
As palavras de Flávio Dino ressoam em um momento em que a confiança nas instituições democráticas está sendo testada. A participação de servidores públicos em atividades que ameaçam a democracia não é apenas um desafio para o STF, mas também para a sociedade como um todo, que espera o compromisso de seus representantes no fortalecimento das instituições.
Este caso, além de suas implicações legais, traz à tona discussões sobre a ética no serviço público e a responsabilidade que cada servidor tem em manter a integridade do Estado Democrático. A condenação dos réus é um passo importante, mas a reflexão sobre os valores que norteiam a função pública é fundamental para evitar que mais servidores caiam no ‘canto da sereia’.