Anúncio de sanções e divergências dificultam encontro entre os líderes
Cúpula entre Trump e Putin em Budapeste é cancelada devido a novas sanções e tensões diplomáticas.
A realização da cúpula entre Vladimir Putin e Donald Trump em Budapeste, na Hungria, saiu do radar das diplomacias russa e norte-americana. Nessa quarta-feira (22/10), a Casa Branca anunciou novas sanções contra Moscou, como modo de pressionar Putin a flexibilizar os critérios para um cessar-fogo na guerra com a Ucrânia. No mesmo dia, Trump declarou que a reunião com o presidente da Rússia foi cancelada.
A relação entre os líderes de duas das maiores potências globais esfriou desde a última ligação telefônica entre eles, em 16 de outubro, dificultando avanços significativos em um acordo de paz na Ucrânia. Com o cenário diplomático instável, sanções, testes militares russos e divergências sobre trégua, a paz na Ucrânia segue em segundo plano. Especialistas indicam que um possível encontro entre Trump e Putin dependerá de mudanças significativas na postura de Moscou e de uma leitura estratégica do republicano.
Contexto do cancelamento
O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, encontrou-se com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para organizar a cúpula. “Os EUA estão interessados em realizar a reunião com a Rússia, mas ela precisa gerar resultados tangíveis”, disse Szijjarto. No entanto, Trump anunciou o cancelamento do encontro, afirmando que poderia ser uma “reunião desperdiçada”.
Consequências das sanções
A decisão de cancelar o encontro também se deu após conversas entre Marco Rubio e o chanceler russo Sergey Lavrov, indicando que Moscou mantém resistência em negociar condições de cessar-fogo. Além disso, o governo dos Estados Unidos impôs sanções às duas maiores empresas petrolíferas da Rússia, Rosneft e Lukoil, intensificando a pressão sobre o Kremlin.
Análise de especialistas
Especialistas em relações internacionais destacam o peso dessas medidas e a volatilidade do cenário. O professor Kai Enno Lehmann, da Universidade de São Paulo (USP), explicou que Trump enfrenta resistência tanto da Ucrânia quanto da Rússia, enquanto Raquel dos Santos, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), ressaltou que as sanções são parte de um pacote maior de pressões sobre Moscou.
Implicações futuras
O contexto da decisão se dá em meio a uma tentativa de Trump de se firmar como mediador de crises internacionais. Na última semana, ele recebeu o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas sem resultados concretos. A guerra na Ucrânia continua sem solução aparente, e a possibilidade de um novo encontro entre Trump e Putin permanece incerta.