Estudo do IBGE revela que quem não possui diploma ganha três vezes menos em média
Dados do IBGE mostram que brasileiros sem ensino superior ganham em média três vezes menos que os formados.
Em 2023, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados alarmantes sobre a disparidade salarial no Brasil. O estudo aponta que quem não concluiu o ensino superior recebeu, em média, R$ 2.587,52, enquanto aqueles com diploma ganharam R$ 7.489,16. Isso significa que os trabalhadores sem curso superior embolsaram apenas 34,6% do que ganha a população com nível superior, revelando uma desigualdade significativa no mercado de trabalho.
Crescimento no número de contratações e salários
De acordo com as Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (Cempre) do IBGE, as empresas registraram crescimento no número de contratações formais e um ganho real de 2% no salário médio, que passou de R$ 3.673,50 em 2022 para R$ 3.745,45 em 2023. Apesar desse aumento, a concentração de alta renda entre os mais qualificados continua a ser uma preocupação. Apenas 23,6% dos assalariados declararam ter nível superior, enquanto a vasta maioria, 76,4%, não alcançou esse patamar educacional.
Desigualdade entre gêneros no mercado de trabalho
O levantamento também revelou desigualdades persistentes entre gêneros. Os homens, em média, ganharam R$ 3.993,26, o que representa 15,8% a mais do que as mulheres, que tiveram um salário médio de R$ 3.449. Essa diferença salarial entre homens e mulheres reflete não apenas uma disparidade educacional, mas também questões estruturais que ainda permeiam o mercado de trabalho brasileiro.
Metodologia e limitações do estudo
O IBGE ressalta que os dados apresentados se baseiam em uma nova série iniciada em 2022, após mudanças metodológicas relacionadas ao eSocial, o que impossibilita comparações diretas com dados anteriores a esse ano. A cautela na análise é importante, visto que as metodologias podem influenciar os resultados e sua interpretação.
Impacto econômico e crescimento das empresas
Em termos econômicos, o total de pagamentos de salários e outras remunerações alcançou R$ 2,6 trilhões, representando um crescimento de 7,5% em relação ao ano anterior. Além disso, cerca de 3 milhões de empresas com empregados assalariados ocuparam 52,6 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de 4,8%. Esses números indicam que, mesmo com a disparidade salarial, o mercado de trabalho brasileiro está em expansão, mas é crucial que se busquem soluções para reduzir as desigualdades educacionais e econômicas existentes.
A análise do IBGE serve como um alerta para a necessidade de políticas públicas que incentivem a educação e a formação profissional, visando não apenas o aumento da renda, mas também a equidade no acesso às oportunidades no mercado de trabalho.