A escolha de relator para o PL Antifacção reacende a disputa política a um ano das eleições
O PL Antifacção reacende a disputa entre Lula e a direita, com implicações para a segurança pública.
PL Antifacção: um novo capítulo na segurança pública
A escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do PL Antifacção, enviado pelo governo Lula, reacendeu uma disputa intensa pela pauta da segurança pública. A proposta original buscava endurecer o combate a facções criminosas e ampliar o papel da União. No entanto, a atuação de Derrite, que manteve grande parte das diretrizes, gerou controvérsias ao classificar facções como terroristas e reduzir a atuação da Polícia Federal (PF).
Críticas e reações ao relatório
Após críticas, Derrite retirou esses trechos polêmicos de sua versão do parecer. Especialistas consultados pela CNN Brasil destacam os riscos de a direita, que tradicionalmente detém a bandeira da segurança pública, arriscar sua imagem ao adotar uma postura mais extremada. Segundo Rodrigo Azevedo, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a segurança é um tema em que a direita costuma ter maior aderência, mas isso não significa que a solução seja apenas aumentar as penalidades.
O impacto eleitoral da escolha de Derrite
Para o cientista político Leandro Consentino, a escolha de Derrite como relator pode acarretar riscos eleitorais para a direita. Ele observa que essa manobra está voltada para as eleições de 2026, mas pode gerar descontentamento entre parlamentares do Centrão, que precisarão ser convencidos a apoiar o projeto.
A visão crítica sobre a segurança pública
Leonardo Paz Neves, pesquisador da FGV, ressalta que a escolha de Derrite traz a pauta de volta para a direita, mas afirma que o debate foi atropelado. Ele critica a falta de um documento equilibrado que discutisse a segurança pública de forma abrangente, alertando que o tema não pode ser tratado apenas como uma questão de penalidades. O professor Azevedo também alerta que propostas apressadas podem prejudicar a construção de consensos necessários nesse campo.
Críticas à velocidade das mudanças
A rapidez com que as mudanças foram implementadas provocou reações do ministro Ricardo Lewandowski, que classificou uma das versões do relatório como “claramente inconstitucional”. Em conversas com outros parlamentares, Derrite afirmou que mudanças no projeto ainda podem ser sugeridas, mas a intenção é que a análise ocorra diretamente em plenário, o que levanta questões sobre a inclusão de diferentes vozes nesse debate crucial.
Conclusão
A discussão em torno do PL Antifacção não apenas reitera a importância da segurança pública no cenário político, mas também expõe as tensões entre diferentes visões sobre como abordar questões de criminalidade e segurança. Enquanto a direita tenta recuperar a narrativa, o governo Lula busca reafirmar sua posição, criando um campo de batalha que pode impactar as próximas eleições.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Câmara dos Deputados