A trajetória de Doca Street após a morte da socialite e as repercussões do caso
A história de Doca Street após o assassinato de Ângela Diniz traz reflexões sobre justiça e violência de gênero.
O assassinato de Ângela Diniz e o papel de Doca Street
A história de Doca Street ganhou nova atenção após a estreia da série “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” na HBO Max. Essa produção revive os últimos dias de Ângela Diniz, uma socialite brasileira cujo assassinato, em 1976, chocou o país. Doca Street, seu namorado na época, foi o responsável pelo crime, que ocorreu em um contexto de relacionamento conturbado.
Na noite de Réveillon de 1976, Ângela e Doca tiveram uma discussão sobre o futuro do relacionamento, que estava se deteriorando. Em um momento de fúria, ele disparou quatro vezes contra ela, ceifando sua vida aos 32 anos. O caso gerou grande comoção e questionamentos sobre a violência de gênero.
O julgamento de Doca Street e suas implicações
Após o crime, Doca Street se tornou foragido e se entregou à polícia semanas depois. Seu julgamento, que ocorreu apenas em 1979, utilizou a controversa defesa da “legítima defesa da honra”, uma tese que implicava Ângela em sua própria morte. A aceitação dessa defesa pelo júri causou revolta na sociedade, que viu o caso como uma grave injustiça.
Doca foi condenado a apenas dois anos de prisão por homicídio culposo, gerando protestos de movimentos feministas que exigiam justiça. A condenação vista como branda refletiu a cultura machista da época e levantou discussões sobre a responsabilização de homens por crimes contra mulheres.
Reabertura do caso e a nova condenação
A pressão pública resultou na reabertura do caso em 1981. Doca Street foi novamente ao tribunal e, desta vez, condenado a 15 anos de prisão por homicídio doloso. Ele cumpriu parte dessa pena em regime fechado e semiaberto, até conseguir liberdade condicional.
O caso de Ângela Diniz permanece relevante, sendo um marco nas discussões sobre a violência contra a mulher no Brasil, refletindo as lutas por justiça e igualdade de gênero.
O legado de Doca Street e a reflexão sobre o crime
Em 2006, Doca lançou um livro intitulado “Mea Culpa”, onde apresenta sua versão dos eventos que levaram ao assassinato de Ângela. Contudo, a narrativa de sua vida e ações continua a ser vista sob a luz da controvérsia e da dor que causou a uma família e a uma sociedade.
Doca Street faleceu em 18 de dezembro de 2020, aos 86 anos, em decorrência de um ataque cardíaco. Sua morte não apagou a memória de Ângela Diniz, que permanece como símbolo da luta contra a violência de gênero no Brasil. A série inspirada em sua história traz à tona a importância de discutir e lembrar casos como o de Ângela, para que a sociedade avance na busca por justiça e igualdade.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: ns de Doca Street na vida real (esquerda