Dona de Mim: o limite entre humor e responsabilidade infantil

Sofia (Elis Cabral) e Igor (Theo Matos) em "Dona de Mim" (Divulgação/Globo)

Uma análise sobre as críticas à nova trama da Globo.

A novela "Dona de Mim" gera polêmica ao mostrar crianças em trambiques, desafiando limites éticos e humorísticos.

A recente polêmica em torno da novela “Dona de Mim”, exibida no horário das sete da Globo, trouxe à tona um intenso debate sobre a responsabilidade da dramaturgia ao retratar crianças em situações de crimes e trambiques. Telespectadores expressaram descontentamento com a forma leve com que a série aborda esses temas, questionando se essa representação é apropriada para o público infantil.

O desconforto da representação infantil

O foco das críticas recaiu sobre a personagem Ellen, interpretada por Camila Pitanga, que agora se mostra como uma trambiqueira ao lado de Hudson (Emílio Dantas). Juntos, eles envolvem duas crianças, Igor (Theo Matos) e Sofia (Elis Cabral), em uma série de golpes que, mesmo sendo tratados com humor, geram um estranhamento no público. A visão de crianças participando de esquemas não é comum e provoca incômodo, especialmente em uma novela que deveria ser leve e divertida.

O dilema da crítica

As reações do público revelam uma divisão de opiniões. Por um lado, muitos acreditam que a novela está passando do limite ao expor crianças a situações moralmente questionáveis. Por outro, é importante considerar que “Dona de Mim” é uma obra de ficção, que, como qualquer outra, busca provocar e tensionar a audiência. A proposta de misturar humor com críticas sociais é uma tradição na dramaturgia, e limitar essa liberdade criativa pode resultar em narrativas menos impactantes.

Um reflexo da realidade

A questão central não deve ser se a novela pode ou não mostrar crianças em situações inadequadas, mas como essas situações são desenvolvidas e as consequências que elas acarretam na trama. A abordagem da Globo, ao mostrar adultos como figuras problemáticas e eticamente questionáveis, pode ser vista como uma crítica ao comportamento humano, sem necessariamente glamorizar o crime.

O espaço para a ambiguidade

Limitar excessivamente a criação artística por medo de interpretações literais é um caminho perigoso. A dramaturgia deve ter espaço para explorar a ambiguidade e provocar discussões. O maior erro seria tratar a ficção como uma cartilha de comportamentos aceitáveis; em vez disso, deve ser um espelho distorcido da realidade, capaz de gerar reflexão e debate sobre questões sociais.

Em suma, a novela “Dona de Mim” tem suscitado importantes discussões sobre os limites da representação e a responsabilidade da televisão. O fato de os telespectadores se sentirem desconfortáveis com a trama indica que a obra está cumprindo seu papel de provocar e tensionar, mesmo que isso signifique explorar temas delicados. Para mais atualizações sobre o mundo do entretenimento, siga @leodias no Instagram e fique por dentro de tudo!

Fonte: portalleodias.com

Fonte: Sofia (Elis Cabral) e Igor (Theo Matos) em "Dona de Mim" (Divulgação/Globo)

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