A dor de cabeça tensional, caracterizada por uma sensação de aperto na testa ou nuca, é uma experiência comum após um dia exaustivo. Embora possa parecer inofensiva, a frequência ou intensidade dessas dores pode indicar um desequilíbrio no sistema de processamento da dor. Felizmente, com medidas simples e orientação adequada, é possível aliviar os sintomas e prevenir o surgimento de novas crises.
Tradicionalmente, a dor de cabeça tensional era vista como uma condição isolada, desencadeada por fatores como estresse, má postura e tensão muscular, explica o neurologista Tiago de Paula. No entanto, a compreensão atual da patologia revela uma conexão com mecanismos fisiopatológicos da enxaqueca, especialmente o envolvimento do complexo trigêmeo-cervical, que integra estímulos sensitivos da face, cabeça e região cervical superior.
Essa nova perspectiva indica que a dor de cabeça tensional não é uma doença separada, mas sim uma manifestação clínica dentro de um espectro de desordens no processamento da dor cerebral. Segundo o especialista, muitos pacientes diagnosticados com dor de cabeça “tensional” podem, na verdade, estar experimentando manifestações mais sutis de enxaqueca.
Para alívio dos sintomas e prevenção de novas crises, diversas práticas caseiras podem ser adotadas. Embora não curem a causa do problema, elas atuam diretamente na regulação do sistema nervoso, redução da tensão muscular e controle da dor. Entre as técnicas recomendadas, destacam-se o alongamento cervical diário, a respiração diafragmática e a aplicação de compressas frias na nuca e ombros.
Outras medidas eficazes incluem pausas ativas com movimento leve, meditação e mindfulness, automassagem (com cautela), ajustes posturais e o consumo de chás e produtos naturais com ação calmante. “O mais importante é tratar a doença. Produtos naturais podem ter efeito complementar, mas não devem substituir o tratamento médico”, alerta o neurologista.
É crucial estar atento aos sinais de alerta e procurar ajuda médica caso as dores de cabeça causem incapacidade funcional ou venham acompanhadas de sintomas como náuseas, vômitos, tontura, sensibilidade à luz, formigamentos, zumbido, distúrbios visuais, perda de força ou confusão mental. O uso excessivo de analgésicos e anti-inflamatórios também exige atenção, pois pode agravar o problema a longo prazo. O tratamento adequado visa reduzir ou eliminar completamente as crises, conforme reforça o especialista.