Gustavo Muller, CEO da Monkey, analisa as mudanças no crédito.
A duplicata escritural pode transformar o acesso ao crédito para médias empresas, afirma CEO da Monkey em entrevista.
Cenário Econômico Desafiador
O ano de 2025 se apresentou como um dos mais desafiadores na história recente da economia brasileira. Com um cenário de desemprego em níveis historicamente baixos e juros elevados, a Selic, que gira em torno de 15%, atuou como um freio para o investimento produtivo. Essa situação não apenas pressionou o caixa das empresas, mas também diminuiu o apetite ao risco, afetando desde grandes indústrias até o ecossistema de startups. Gustavo Muller, CEO da Monkey, reflete sobre esse contexto em uma entrevista exclusiva ao BRAZIL ECONOMY, abordando tanto os desafios enfrentados quanto as oportunidades que surgem com a introdução da duplicata escritural.
O Impacto da Selic Alta
Muller destaca que, embora a taxa de desemprego tenha mostrado um aspecto positivo, a alta da Selic é extremamente nociva para o setor produtivo. “Vivemos um ano de turbulência econômica, onde o aumento rápido das taxas de juros teve um impacto direto sobre as empresas. Muitas delas se viram obrigadas a renovar dívidas a custos que mais que dobraram”, explica. Essa situação elevou o número de pedidos de recuperação judicial, refletindo as dificuldades enfrentadas por diversas empresas.
O Efeito sobre Startups
O CEO também aponta que as startups foram as mais afetadas por esse ambiente de juros altos. O investimento em inovação, que depende do apetite ao risco dos investidores, foi severamente impactado. Com a crescente preferência por ativos conservadores, muitos investidores hesitam em alocar recursos em projetos emergentes, o que tem resultado em um arrefecimento do setor.
Expectativas para o Futuro
Muller projeta um cenário misto para 2026, com uma leve melhora da atividade econômica esperada a partir do meio do ano, dependendo de fatores políticos e eleitorais. A expansão internacional da Monkey será um dos principais motores do crescimento, com a expectativa de que a receita internacional salte de menos de 5% para cerca de 15% em 2026.
O Papel da Duplicata Escritural
Um dos principais tópicos abordados na entrevista foi a duplicata escritural, que, segundo Muller, poderá transformar o acesso ao crédito, especialmente para as médias empresas. Embora a implementação efetiva ocorra no final de 2026, ele acredita que, a partir de 2027, o impacto será significativo, proporcionando acesso a capital mais barato e oxigenando a economia. “Acredito que 2027 será o ano das empresas de médio porte”, afirma.
Conclusão
A introdução da duplicata escritural representa uma mudança estrutural que pode favorecer o ambiente de negócios para médias empresas, permitindo um acesso mais fácil ao crédito e contribuindo para um ciclo de crescimento mais robusto. A Monkey, sob a liderança de Gustavo Muller, se posiciona como uma ferramenta crucial para apoiar empresários nesse novo cenário.
Fonte: brazileconomy.com.br
Fonte: Claudio Gatti/Brazil Economy