Economistas criticam juros altos apesar da queda na inflação

Adriano Machado

Análise aponta contradições na política monetária do Brasil

Economistas criticam a manutenção da Selic em 15% ao ano, mesmo com a inflação em queda e expectativas de IPCA próximas à meta.

Em 7 de outubro de 2023, economistas expressaram preocupações em relação à manutenção da Selic em 15% ao ano, mesmo com as expectativas do IPCA se aproximando da margem de tolerância da meta de inflação. O Banco Central (BC) decidiu manter a taxa em sua última reunião, realizada na quarta-feira (5).

Expectativas de inflação e política monetária

Embora as previsões para 2025 apontem uma inflação de 4,55%, o centro da meta é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual. Especialistas, como Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena, indicam que a desaceleração dos preços dos alimentos e a valorização do real podem contribuir para uma redução nos preços. No entanto, o ex-presidente do BC, Armínio Fraga, argumenta que as condições estruturais da economia, especialmente o descontrole das contas públicas, dificultam uma redução imediata da taxa de juros.

Impactos na economia

A manutenção da Selic em um patamar elevado pode ter consequências negativas para a economia, conforme apontam economistas. João Gabriel Pio, da Fiemg, destaca que a industrialização é particularmente afetada por juros altos, que limitam os investimentos necessários para o crescimento do setor. A Firjan, entidade do setor industrial, também enfatiza a necessidade de um ambiente econômico mais previsível para permitir a redução da Selic.

Conclusão

A decisão do Copom em manter a Selic levanta questões sobre a eficácia da política monetária em um cenário de queda na inflação. A combinação de um ambiente econômico desafiador e as incertezas fiscais podem dificultar as condições para uma eventual redução dos juros, afetando a recuperação econômica e o investimento no Brasil.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

Fonte: Adriano Machado

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