O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou seus ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante participação em uma subcomissão da Câmara, ele acusou o magistrado de adotar medidas autoritárias e prometeu levar suas denúncias à Europa, buscando sanções internacionais contra o ministro. A escalada na retórica de Eduardo ocorre em meio a investigações que o envolvem em supostas tentativas de golpe.
“Cada vez que ele dobra a aposta, nos dá a oportunidade de escancarar para o mundo inteiro que ele realmente é merecedor de todas as sanções”, declarou Eduardo Bolsonaro. Ele e o jornalista Paulo Figueiredo, um aliado da família Bolsonaro, estão programando uma viagem à Europa para dar seguimento à ofensiva contra Moraes. A data de partida está prevista para 12 de setembro, coincidindo com a sessão final do julgamento de Jair Bolsonaro no STF.
A estratégia de Eduardo Bolsonaro é usar o Parlamento Europeu como plataforma para pressionar as autoridades. Ele busca replicar nos países europeus a mesma ação que já vem desenvolvendo nos Estados Unidos, onde defende a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. O deputado federal conta com o apoio de uma rede de políticos conservadores e de extrema-direita no Parlamento Europeu, que compartilham pautas semelhantes às defendidas pelo bolsonarismo.
Entre os aliados de Eduardo Bolsonaro no Parlamento Europeu estão figuras como Dominik Tarczynski (Polônia), Antonio Tânger Corrêa (Portugal) e Jorge Martín Frías (Espanha). Esses parlamentares já se manifestaram publicamente em apoio às denúncias contra o ministro Alexandre de Moraes, inclusive com pedidos formais de sanções. A articulação de Eduardo Bolsonaro ocorre em um momento em que ele e seu pai, Jair Bolsonaro, foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por coação no curso do processo e por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
De acordo com a PF, ambos teriam agido para intimidar autoridades e restringir o exercício de poderes constitucionais, no contexto da suposta trama golpista ocorrida entre 2022 e 2023. Eduardo Bolsonaro tem intensificado suas críticas ao Judiciário brasileiro, com foco especial no ministro Alexandre de Moraes, mesmo estando nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano.