Relembrando a confusão sobre a cobertura do evento histórico
Pedro Bial não esteve presente na queda do Muro de Berlim, embora muitos acreditem que sim. A confusão é explicada pelo seu papel como correspondente internacional na Globo.
O fenômeno do Efeito Mandela se reflete em diversas situações, como a crença de que Pedro Bial foi o repórter que cobriu a queda do Muro de Berlim, que completa 36 anos neste domingo (09). Embora muitos tenham essa certeza, a realidade é diferente. O responsável pela cobertura do evento para o Brasil foi o repórter Silio Boccanera, junto ao cinegrafista Paulo Pimentel.
Bial, que era correspondente internacional da Globo na Europa, estava em Brasília na noite da queda, pois a emissora o havia trazido de volta ao Brasil para cobrir a primeira eleição direta após o fim da ditadura militar. Em uma declaração durante seu programa de entrevistas em 2019, Bial enfatizou: “Eu não estava em Berlim na noite da espetacular queda do Muro. Não era eu, juro. Adoraria ter estado lá naquela noite, mas eu não estava. Tenho testemunha”.
O papel de Pedro Bial na cobertura
Apesar de não ter estado presente na queda, Bial teve um papel importante na cobertura de momentos históricos na Alemanha durante 1989. Ele participou da transmissão da reunificação da Alemanha em outubro de 1990, marcando sua presença em eventos significativos do país. A conexão pessoal de Bial com a Alemanha é notável, já que é filho de imigrantes que deixaram o país para escapar do nazismo. Essa história familiar adicionou um aspecto emocional à sua cobertura, como ele mesmo declarou: “Não era só política internacional, era a história da minha família, eu era uma consequência viva daquilo ali”.
A cidadania alemã e a cobertura diferenciada
Além disso, a cidadania alemã de Bial lhe proporcionou uma perspectiva diferenciada e acesso facilitado a Berlim durante a cobertura, permitindo que ele realizasse um trabalho mais aprofundado. Ele destacou que, muitas vezes, o regime da Alemanha Oriental fechava a fronteira para jornalistas estrangeiros, mas ele conseguia entrar como alemão, o que enriquecia sua cobertura dos eventos da época. Esta situação ilustra como a história pessoal de um jornalista pode influenciar sua abordagem e a qualidade do seu trabalho.
Conclusão
A confusão a respeito da cobertura da queda do Muro de Berlim destaca como o Efeito Mandela pode criar memórias coletivas distorcidas. Pedro Bial, embora não tenha estado no evento, teve uma carreira marcada por coberturas de relevância histórica, refletindo a complexidade da relação entre a história pessoal e a cobertura jornalística.
Fonte: www.purepeople.com.br