Egito Rejeita Sugestão de “Saída Voluntária” de Palestinos de Gaza e Acusa Israel de Agravamento da Crise Humanitária

O ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, criticou veementemente a sugestão de que a saída de palestinos de Gaza seria um movimento voluntário. Em coletiva de imprensa no Cairo, ao lado do comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, Abdelatty classificou a ideia como “absurda”, reforçando o papel central do Cairo como mediador nas negociações para um cessar-fogo no conflito que se aproxima dos dois anos.

“Se há fome provocada pelo homem em Gaza, é para expulsar os moradores de suas terras”, declarou Abdelatty, acusando implicitamente Israel de usar a fome como tática para forçar o deslocamento populacional. A declaração surge em um momento de intensificação das operações militares israelenses em Gaza, com novas ordens de evacuação e relatos de destruição de edifícios residenciais.

Em resposta, o Hamas apelou às Nações Unidas e ao Conselho de Segurança para que interrompam os ataques israelenses e impeçam o deslocamento da população de Gaza. Paralelamente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou a mencionar a possibilidade de palestinos saírem “voluntariamente” de Gaza, com outros países potencialmente os recebendo, uma proposta que gerou forte reação negativa.

Abdelatty rejeitou essa postura, culpando Israel pela falta de progresso nas negociações de cessar-fogo. Ele mencionou ter discutido com o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, sobre como acelerar a implementação de uma proposta de trégua, demonstrando o engajamento do Egito em buscar uma solução diplomática para o conflito.

O Egito tem insistido que a escalada atual apenas agrava a já crítica situação humanitária e ameaça prolongar ainda mais a guerra. Em agosto, o Hamas havia aceitado uma proposta de cessar-fogo de 60 dias mediada pelo Egito, que envolvia a libertação de reféns e prisioneiros, além da suspensão das operações militares. No entanto, Netanyahu rejeitou os termos, reiterando que Israel só negociaria sob condições que garantissem sua segurança.

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