CEO da Tesla tenta convencer Trump sobre os riscos das tarifas e seu impacto negativo na manufatura nos EUA.

Elon Musk revela que tentou dissuadir Trump sobre tarifas que afetam negativamente empregos na indústria americana.

Elon Musk e a advertência sobre tarifas na indústria americana

No dia 2 de dezembro de 2025, o CEO da Tesla, Elon Musk, revelou que tentou convencer o então presidente Donald Trump a não implementar tarifas que, segundo ele, distorcem o mercado e prejudicam a indústria americana. Musk fez essas afirmações durante uma entrevista com o investidor e empresário Nikhil Kamath, na qual expressou suas preocupações sobre as consequências negativas das tarifas para a manufatura nos EUA.

Consequências das tarifas na manufatura

Musk afirmou que as tarifas criam obstáculos semelhantes aos que teríamos se houvesse tarifas entre Estados ou cidades. “Isso tornaria a vida muito difícil”, disse ele. O CEO da Tesla acredita que a implementação de tarifas apenas complicou o cenário econômico, tornando os bens mais caros e refletindo diretamente no crescimento do setor industrial. Por sua vez, muitos fabricantes americanos agora vinculam esses impostos às dificuldades que enfrentam. De acordo com o relatório do Instituto de Gestão de Suprimentos (ISM), a manufatura nos EUA contraiu pelo nono mês consecutivo em novembro, refletindo uma queda nas novas encomendas e na entrega de fornecedores.

A luta dos fabricantes americanos

Os dados do Bureau de Estatísticas do Trabalho confirmam as preocupações dos fabricantes: apenas em outubro, 6.000 postos de trabalho foram eliminados no setor, somando um total de 59.000 empregos perdidos desde a implementação das tarifas em abril de 2025. Um entrevistado do setor de equipamentos de transporte destacou que a empresa está adotando mudanças permanentes em resposta a esse ambiente tarifário, que inclui cortes de pessoal e o aumento da produção no exterior.

Distorções de mercado e planejamento estratégico

Laura Ullrich, diretora de pesquisa econômica do Indeed Hiring Lab, explica que o setor manufatureiro tem se mostrado vulnerável, em parte, devido à maneira como as tarifas afetam os bens intermediários. Esses produtos, utilizados na fabricação de bens finais, têm seus custos elevados, resultando em demissões para manter as margens de lucro. Segundo analistas da Pantheon Macroeconomics, a desaceleração do crescimento salarial é uma resposta das empresas às pressões de custos em decorrência das tarifas.

Futuro incerto para a manufatura americana

Apesar de alguns sinais de desvinculação nas relações comerciais entre EUA e China, muitos fabricantes acreditam que as decisões difíceis relacionadas a cortes de pessoal continuarão enquanto as tarifas permanecerem como um problema. “Esperamos ver mudanças significativas quanto ao fluxo de caixa e a contagem de funcionários em 2026,” afirmou um dos entrevistados do ISM. Nesse cenário, as forças do mercado continuam a pressionar a indústria, evidenciando uma necessidade premente para modificações estruturais e uma avaliação cuidadosa das políticas tarifárias que afetam diretamente a competitividade e a saúde do setor manufatureiro nos EUA.