O comerciante Orlando Machado, 73 anos, agora é defendido pelo advogado Nilton Ribeiro, que busca esclarecer as circunstâncias da morte de Tiago Alexandre Woiciechowski, 34, em São José dos Pinhais. Tiago é apontado como suspeito de furtos na região. A nova estratégia da defesa considera três teses jurídicas: inexigibilidade de conduta diversa, legítima defesa e violenta emoção após injusta provocação.
Segundo Ribeiro, há indícios de que objetos furtados do comerciante – incluindo dinheiro, dólares e armas registradas – foram encontrados na residência de Tiago. O advogado ressalta que o suspeito possuía um histórico criminal extenso, com diversas acusações de crimes patrimoniais.
Em seu depoimento à polícia, Orlando relatou ter reconhecido Tiago pelo boné que supostamente havia sido levado durante o furto em sua casa, um modelo da Toyota Corolla GR. O comerciante afirmou que sua residência foi arrombada e que câmeras de segurança registraram a ação de um homem por cerca de 12 minutos, resultando no roubo de relógios, dinheiro, dólares e duas armas registradas.
No dia seguinte, Orlando disse ter avistado um homem em frente ao imóvel usando o boné furtado. Ele abordou o suspeito, ordenou que esvaziasse a sacola e ameaçou chamar a polícia. Segundo o depoimento, o homem teria se levantado de forma hostil, levando Orlando a temer por sua segurança e efetuar um disparo.
Orlando afirmou ter reconhecido o suspeito não apenas pelo boné, mas também pelo porte físico, comparando-o com as imagens das câmeras de segurança. Após uma discussão, Tiago tentou fugir.
Contudo, testemunhas contestam a versão do comerciante. Uma delas afirmou que Orlando teria agredido Tiago com socos antes do disparo e, posteriormente, pediu para que ninguém acionasse a polícia. Imagens de câmeras de segurança mostram o comerciante se aproximando de Tiago, que estava sentado, recolhendo pertences e, em seguida, uma discussão e agressões que antecederam o disparo.
A vítima, Tiago Alexandre Woiciechowski, possuía antecedentes criminais por furto e dano, e havia saído da Colônia Penal Agrícola há aproximadamente dois meses. A Polícia Civil aguarda confirmações periciais definitivas sobre a identificação.
O delegado responsável pelo caso, Fábio Machado, destacou a possibilidade de o empresário ter confundido a vítima com o autor do furto e ressaltou a ausência de registro do crime relatado por Orlando. O delegado também informou que Orlando teria pedido para que as testemunhas não acionassem a polícia. O inquérito está em andamento, com análise de imagens, perícias e depoimentos.