Companhia busca soluções para melhorar o fornecimento de energia na capital paulista.
A Enel se compromete a substituir a fiação aérea por redes subterrâneas em SP, focando na melhoria do serviço.
Após uma série de apagões que afetaram milhões de residentes na Grande São Paulo, a Enel se mostrou disposta a adotar uma solução radical: enterrar a fiação elétrica aérea da capital paulista. O anúncio, feito em 1º de dezembro de 2025, surge em um contexto de pressão crescente de autoridades federais, estaduais e municipais, que ameaçam romper a concessão da empresa por conta da insatisfação com a qualidade do serviço prestado.
Motivação por trás da mudança
O enterramento da fiação foi destacado como uma estratégia viável para minimizar os impactos de eventos climáticos, como tempestades e ventanias, que têm causado apagões frequentes. Atualmente, menos de 1% dos mais de 20 mil quilômetros de fiação da cidade estão subterrâneos. Embora a Prefeitura de São Paulo tenha lançado o programa SP Sem Fios em 2017, apenas 46,5 km foram enterrados até agora, o que evidencia a lentidão do processo.
Com a promessa de acelerar a implementação, a Enel afirma que está disposta a investir em uma rede de distribuição subterrânea, desde que haja um plano coordenado com as autoridades. A empresa ressaltou que essa mudança requer investimentos substanciais e um modelo de remuneração adequado para viabilizar o projeto.
Os desafios enfrentados
Recentemente, um apagão que deixou 2,3 milhões de imóveis sem energia causou revolta entre os cidadãos e aumentou a pressão sobre a Enel. Os ventos, que atingiram quase 100 km/h, resultaram na queda de árvores e danos significativos à rede elétrica, levando a companhia a mobilizar cerca de 1.800 equipes para reparos.
Apesar de a Enel afirmar que todos os problemas foram resolvidos, a insatisfação da população persiste, especialmente com os relatos de clientes que ainda enfrentavam interrupções no fornecimento de energia dias após o incidente. O governador de São Paulo e o prefeito da capital já sinalizaram que pretendem acionar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para discutir o futuro da concessão da Enel.
Expectativas para o futuro
A Enel, que desde 2018 já investiu um montante considerável em modernizações e manutenções, reafirma seu compromisso com a qualidade do serviço. A concessionária anunciou um plano de investimento de R$ 10,4 bilhões até 2027, visando não apenas a substituição da fiação, mas também melhorias em sua infraestrutura e serviços relacionados.
No entanto, a resistência à judicialização das multas aplicadas pela Aneel e a baixa eficácia das punições levantam questões sobre a responsabilidade da empresa em relação ao cumprimento de suas obrigações contratuais.
A proposta de enterrar a fiação é um passo significativo, mas a sua execução dependerá de um esforço conjunto e de um planejamento meticuloso para garantir que as necessidades da população sejam atendidas, sem onerar excessivamente os consumidores com tarifas elevadas.
Fonte: www.moneytimes.com.br



