Um técnico de enfermagem, Wesley da Silva Ferreira, foi condenado a 44 anos e três meses de prisão por abusar sexualmente de pacientes vulneráveis. Os crimes ocorreram em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), um caso que chocou a comunidade local e levantou sérias questões sobre a segurança de pacientes sob cuidados médicos. A sentença foi proferida pela 12ª Vara Criminal da capital na última quinta-feira (14).
Além da extensa pena de reclusão, Ferreira também foi condenado a sete meses e quatro dias de detenção por gravar os atos de abuso. A Justiça também determinou que ele pague uma indenização de R$ 75,9 mil por danos morais a cada uma das seis vítimas identificadas. A defesa de Wesley da Silva Ferreira informou que irá analisar a sentença para avaliar possíveis recursos.
Os crimes, classificados como estupro de vulnerável, ocorreram entre dezembro de 2023 e outubro de 2024. A investigação teve início após o companheiro do técnico de enfermagem encontrar vídeos e fotos dos abusos no celular do réu e denunciar o caso às autoridades. A Polícia Civil do Paraná (PCPR) agiu rapidamente para apurar as denúncias.
Em depoimento à polícia, Wesley da Silva Ferreira confirmou que os pacientes estavam sedados durante os abusos e admitiu ter filmado os atos por “vontade própria”. Essa confissão foi crucial para a condenação. O processo condenou o técnico de enfermagem pelos crimes de estupro de vulnerável, registro não autorizado de intimidade sexual, divulgação de conteúdo íntimo sem consentimento e transmissão proposital de doença grave.
Embora também tenha sido acusado de produzir e armazenar conteúdo de exploração sexual infantil, Wesley da Silva Ferreira foi absolvido dessas acusações específicas. A defesa manifestou satisfação com a absolvição parcial, mas estuda recorrer da condenação principal. Este caso continua a gerar debates sobre a responsabilidade e a ética na área da saúde.
“A condenação serve como um alerta para a necessidade de vigilância e proteção dos pacientes”, comentou um especialista em direito penal que acompanha o caso de perto. A decisão judicial reforça a importância de denunciar qualquer suspeita de abuso e garantir que os profissionais de saúde ajam com integridade e respeito.