Em um movimento surpreendente, as Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram um ataque aéreo contra a sede do escritório político do Hamas em Doha, no Catar, nesta terça-feira. A ação, descrita como um ataque “preciso” pelo exército israelense, eleva a tensão regional e desencadeia uma crise diplomática com o Catar, país que abriga o escritório do grupo palestino.

Segundo comunicado das FDI, o alvo da operação eram líderes do Hamas considerados responsáveis por “atividades terroristas” ao longo de anos, incluindo o ataque de 7 de outubro e a condução da guerra em curso contra Israel. O exército israelense afirmou que foram tomadas medidas para minimizar danos a civis, incluindo o uso de munições precisas e informações detalhadas de inteligência.

A resposta do Catar foi imediata e contundente. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Majed Al Ansari, condenou o ataque em uma declaração no X, classificando-o como uma “violação flagrante de todas as leis e normas internacionais” e uma “séria ameaça à segurança dos catarianos e residentes no Catar”.

Al Ansari acrescentou que as forças de segurança, a defesa civil e as autoridades competentes do Catar já estão trabalhando para lidar com as consequências do ataque e garantir a segurança da população e das áreas vizinhas. A ação israelense e a subsequente reação do Catar adicionam uma nova camada de complexidade ao já tenso cenário geopolítico do Oriente Médio.

O ataque em Doha ocorre em um momento de crescente pressão internacional por um cessar-fogo em Gaza e negociações para a libertação de reféns. A escalada militar pode dificultar os esforços de mediação em curso e aprofundar a crise humanitária na região. O exército de Israel, por sua vez, declarou que continuará suas operações contra o Hamas em conjunto com a Agência de Inteligência de Israel.