Espaço para corte da Selic em 2026 pode alcançar 10,5%, diz Galápagos

Economista-chefe da Galápagos Capital avalia possibilidade de flexibilização da política monetária no próximo ano

Galápagos Capital aponta espaço para corte expressivo da Selic em 2026, com taxa podendo chegar a 10,5%, dependendo da condução fiscal do país.

A trajetória do corte da Selic em 2026 e a perspectiva da Galápagos Capital

A possibilidade de um corte da Selic em 2026 é o tema central do debate econômico para o próximo ano, conforme análise da Galápagos Capital. No evento Arko Talks 2025, a economista-chefe Tatiana Pinheiro destacou que o processo atual de aperto monetário no Brasil é o mais prolongado já registrado, com a taxa de juros real 4 pontos percentuais acima da taxa neutra há 11 meses. Essa condição sinaliza a abertura de espaço para um ciclo de flexibilização da política monetária, com a Selic podendo recuar para 10,50%. Essa redução seria mais palatável para a economia nacional, contribuindo para estimular o crescimento. A economista ressalta que o corte depende, entretanto, de uma condução fiscal cuidadosa, especialmente diante das incertezas relacionadas à isenção do Imposto de Renda e seu impacto sobre a demanda e o impulso fiscal.

Impactos dos indicadores econômicos e do aperto monetário prolongado

Segundo Pinheiro, o cenário atual da política monetária é marcado por indicadores de curto prazo que reforçam a tendência de afrouxamento dos juros. O aperto vigente ultrapassa o que seria considerado compatível com a taxa neutra, o que caracteriza uma condição inédita na condução econômica brasileira. Essa estratégia resulta em uma pressão para flexibilizar os juros no próximo ano, salvo a ocorrência de choques econômicos inesperados. A importância desse ajuste está diretamente ligada à capacidade do Brasil de estimular a atividade econômica sem comprometer o controle inflacionário, buscando um equilíbrio sustentável.

Condução fiscal e desafios para o ciclo de corte da Selic em 2026

A viabilidade do corte da Selic para 10,50% está condicionada à gestão fiscal adotada pelo governo. A economista destaca que o mercado está atento às consequências da isenção do Imposto de Renda, especialmente no que diz respeito à demanda interna e ao impulso fiscal decorrente dessa medida. Enquanto 2025 apresentou uma contração do impulso fiscal, as expectativas para 2026 são incertas, podendo tanto favorecer quanto complicar o espaço para redução dos juros. Nesse contexto, a coordenação entre política monetária e fiscal será crucial para viabilizar um ciclo de cortes efetivo e sustentável.

Avaliação do Ministério do Planejamento sobre o equilíbrio fiscal e o crescimento estrutural

No mesmo evento, o secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, ressaltou a necessidade de conciliar a superação de desafios fiscais de curto prazo com a implementação de um planejamento estrutural de longo prazo, centrado no aumento da produtividade. Ele destacou os avanços institucionais do país nas últimas décadas, incluindo reformas relevantes e aprimoramentos nas políticas monetária, fiscal e regulatória. Esses avanços fortaleceram o potencial de crescimento do Brasil e os mecanismos de freios e contrapesos do sistema econômico. Para 2026, Guimarães apontou que a manutenção do equilíbrio das contas públicas dependerá fortemente da credibilidade das políticas adotadas e das expectativas do mercado.

Perspectivas para o cenário econômico brasileiro em 2026 e o papel da Selic

A possibilidade de um corte da Selic para níveis próximos de 10,5% representa uma mudança significativa na política monetária brasileira, abrindo caminho para um ambiente econômico possivelmente mais favorável ao crescimento e ao investimento. No entanto, esse movimento dependerá da capacidade das autoridades em manter a estabilidade fiscal e em administrar as incertezas relacionadas às medidas tributárias e ao impulso fiscal. A gestão coordenada e transparente das políticas públicas será determinante para a concretização desse ciclo de flexibilização. O debate entre analistas, gestores e autoridades sobre o tema deve se intensificar ao longo do próximo ano, dado seu impacto direto na economia brasileira.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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