Esponjas marinhas e o combate à leishmaniose

Pesquisa revela propriedades promissoras de compostos naturais

Esponjas marinhas e o combate à leishmaniose
Foto: Getty Images/ KATERYNA KONSCIENCE PHOTO LIBRARY

Estudo mostra que compostos de esponjas marinhas têm potencial contra a leishmaniose, doença que afeta milhões.

Pesquisadores da Universidade de Ryukyus e da Universidade de Miyazaki, no Japão, descobriram que compostos naturais encontrados em esponjas marinhas coletadas em Okinawa têm um efeito significativo contra o parasita Leishmania major, responsável pela leishmaniose. Essa doença, que afeta cerca de 12 milhões de pessoas em 90 países e coloca outros 350 milhões em risco, é tratada atualmente com medicamentos caros e tóxicos, tornando a pesquisa ainda mais relevante.

Novas alternativas no tratamento

O estudo, publicado na revista Marine Biotechnology em 5 de setembro, destaca as onamidas, especialmente a onamida A e a 6,7-di-hidro-onamida A, que mostraram alta eficácia contra o parasita e baixa toxicidade para células humanas. Essas características são promissoras, pois superam as limitações dos tratamentos existentes, como a anfotericina B.

Mecanismo de ação inovador

Os testes indicaram que esses compostos atuam de forma diferente da anfotericina B, o que pode contornar a resistência já observada em terapias convencionais. Além disso, a onamida G foi identificada pela primeira vez neste estudo, contribuindo para a compreensão da diversidade estrutural dessas moléculas e sua eficácia em baixas concentrações, permitindo tratamentos mais curtos e menos efeitos adversos.

Perspectivas futuras

Embora a pesquisa ainda esteja em uma fase inicial, ela abre portas para o desenvolvimento de novos medicamentos contra a leishmaniose e outras doenças causadas por protozoários, como a doença de Chagas. Futuros estudos devem focar na eficácia em organismos vivos e na viabilidade de produção em larga escala por meio de tecnologias sustentáveis.

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