Parte das iniciativas de Donald Trump para reescrever a história
O governo de Donald Trump restaurou uma estátua confederada em Washington, D.C., removida durante protestos de justiça racial em 2020.
O governo Trump restaurou uma estátua do general confederado Albert Pike em Washington, D.C., na última terça-feira (26). A estátua havia sido removida por manifestantes durante protestos de justiça racial no verão de 2020, em um movimento que buscava desafiar a representação de figuras históricas ligadas à escravidão. A restauração é vista como parte das iniciativas do presidente para reescrever a forma como a história americana é contada.
A controvérsia em torno da estátua
A estátua de Albert Pike, que foi erguida em 1901, é a única de um líder confederado na capital do país. A remoção em 2020 foi um evento simbólico que gerou forte reação entre conservadores, que consideraram a ação um exemplo de vandalismo. A restauração da estátua foi anunciada pelo Serviço Nacional de Parques em agosto, após ordens executivas de Trump em resposta à remoção dos monumentos. Críticos, incluindo a representante Eleanor Holmes Norton, chamaram a restauração de uma “movimentação moralmente questionável” e propuseram legislação para removê-la permanentemente.
Reações à restauração
Conservadores celebraram a restauração como uma correção de um erro, enquanto críticos argumentam que a presença da estátua na esfera pública glorifica as ideias de Pike, um defensor da escravidão e da supremacia branca. A cidade de Washington, D.C., segue em debate sobre o significado da representação de figuras históricas em espaços públicos. A restauração ocorre em um contexto mais amplo, onde mais de 480 símbolos confederados foram removidos em todo o país desde 2015, de acordo com a Southern Poverty Law Center.
O legado de Albert Pike
Albert Pike, que nasceu em Massachusetts, foi um proprietário de escravos e um general confederado que também atuou na Suprema Corte do Arkansas. Durante a Guerra Civil, ele liderou tropas confederadas e envolveu-se com tribos nativas americanas que possuíam escravos. O monumento a Pike foi parte de um movimento mais amplo de construção de estátuas confederadas, muitas vezes financiadas por grupos de herança confederada, com o objetivo de romantizar a Confederação e minimizar o papel da escravidão na história dos Estados Unidos. Para muitos, a restauração da estátua representa um retrocesso em relação aos avanços conquistados nas lutas por justiça racial.