Mudanças na segurança nacional refletem um foco econômico e menos uma rivalidade geopolítica
A nova estratégia de segurança de Trump foca mais na rivalidade econômica com a China do que em questões geopolíticas.
A nova estratégia de segurança de Trump destaca a rivalidade econômica com a China
Na última semana, a administração Trump apresentou sua nova estratégia de segurança nacional (NSS), que trouxe à tona uma significativa mudança no discurso sobre a China. Em vez de descrever a China como “o maior desafio geopolítico dos EUA”, como fez a administração Biden, o documento atual enfatiza a rivalidade econômica entre as duas nações, minimizando preocupações sobre autoritarismo e violações de direitos humanos.
Essa nova abordagem foi bem recebida em Pequim. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, expressou disposição para a cooperação mútua, uma mudança notável em relação ao tom mais hostil que costumava caracterizar as respostas chinesas às políticas dos EUA. Guo afirmou que a China busca promover o desenvolvimento estável das relações bilaterais, ressaltando um clima de otimismo que será fundamental para o encontro entre Trump e Xi Jinping em abril de 2026.
Mudanças na retórica e prioridades de segurança
A nova NSS se destaca pela sua estrutura, com a China mencionada pela primeira vez na página 19 de um documento de 33 páginas. Por comparação, o NSS de Biden de 2022 tratou da China repetidamente em suas 48 páginas. David Sacks, especialista da área de estudos asiáticos, observou que a ausência de termos que indicam competição de grandes potências sinaliza uma mudança significativa na forma como os EUA se veem em relação à China.
Anteriormente, documentos do NSS abordavam a China como uma “potência revisionista”, enquanto a versão atual evita mencionar ambições estratégicas chinesas e se concentra fortemente na necessidade de reequilibrar a relação econômica entre os dois países, priorizando a reciprocidade e a justiça. Esta mudança sugere uma tentativa de construir uma relação mais estável e menos conflituosa, atraindo a atenção das autoridades em Pequim.
Taiwan: um ponto crítico na nova estratégia
Um dos aspectos que merece destaque é o tratamento dado à questão de Taiwan, que ganhou espaço significativo na NSS atual. A ilha, vista por Pequim como parte integrante do território chinês, também é considerada uma área de grande importância estratégica pelos EUA, dada sua relevância na produção de semicondutores e na logística marítima do Pacífico. A nova NSS adota uma postura de preservação da “superioridade militar” dos EUA, enfatizando a importância de dissuadir conflitos na região.
O documento declara que os EUA não apoiam mudanças unilaterais no status quo no Estreito de Taiwan, uma linguagem mais branda em comparação com as formulações anteriores que se opunham diretamente a tais mudanças. Esta sutileza pode ser interpretada como um sinal de que Washington busca mitigar tensões sem renunciar ao apoio a Taiwan, refletindo a complexidade da dinâmica nas relações sino-americanas.
Implicações e reações futuras
As reações em Taiwan em relação a essa NSS serão observadas com expectativa, já que a ilha observa atentamente a mudança no discurso dos EUA sobre a China. Especialistas sugerem que a nova abordagem pode levar a um período de espera e vigilância entre as autoridades taiwanesas, que buscam entender as implicações para sua segurança e defesa.
Embora a NSS de Trump represente uma mudança notável na retórica e nas prioridades, muitos especialistas expressam cautela. A necessidade de garantir a segurança econômica dos EUA não se traduz necessariamente em uma diminuição nas tensões geopolíticas. Como observado, a verdadeira natureza dessa estratégia poderá se desenrolar ao longo do tempo, especialmente em um cenário global em constante mudança.
Fonte: www.cnn.com
Fonte: Getty Images


