Estrela pode ter explodido duas vezes seguidas, diz estudo

WLADIMIR BULGAR / GETTY IMAGES

Pesquisadores analisam fenômeno astronômico sem precedentes.

Cientistas sugerem que uma estrela pode ter explodido duas vezes consecutivas, desafiando a compreensão atual sobre supernovas.

Estrela explodiu duas vezes seguidas, diz estudo

Quando uma estrela atinge o final de sua vida, o que se espera normalmente é uma única explosão, conhecida como supernova. Contudo, um estudo recente, divulgado pela Sociedade Astronômica Americana, sugere que uma estrela pode ter experimentado duas explosões consecutivas, um fenômeno até então desconhecido na astronomia.

O que é a superkilonova?

O evento em questão, chamado AT2025ulz, foi observado a impressionantes 1,3 bilhão de anos-luz da Terra. O comportamento anômalo desse brilho no céu capturou a atenção dos cientistas, pois não se encaixava nos padrões típicos de explosões estelares. Inicialmente, detectores de ondas gravitacionais captaram um sinal inesperado, algo que geralmente acontece quando estrelas de nêutrons colidem.

Após essa detecção, telescópios direcionados para a mesma região do espaço identificaram um brilho intenso, que se assemelhava ao de uma kilonova — uma explosão resultante da fusão de duas estrelas de nêutrons. Este evento é relevante por ser responsável pela formação de elementos pesados, como ouro e platina. No entanto, o que se seguiu foi inesperado: em vez de continuar a enfraquecer, o brilho começou a aumentar novamente e a mudar de cor, apresentando características típicas de uma supernova.

Análise do fenômeno

Os pesquisadores propuseram a hipótese de uma “superkilonova”, na qual a estrela original teria, ao colapsar, não explodido de forma definitiva. A ideia é que ela possa ter se fragmentado, formando duas estrelas de nêutrons que se fundiram logo após, criando um ciclo de explosões que desafia as teorias existentes. Esse fenômeno sugere que a estrela passou por uma supernova seguida de uma kilonova, explicando as mudanças no brilho e nas características químicas observadas.

Os cientistas enfatizam que, embora essa seja a melhor explicação até o momento, não é uma certeza absoluta. É possível que o evento tenha sido uma supernova atípica ou uma coincidência rara de fenômenos ocorrendo simultaneamente. A massa excepcionalmente baixa estimada para um dos objetos envolvidos no sinal gravitacional também levanta questões sobre a formação desses corpos celestes.

Implicações e futuro da pesquisa

Se confirmada, a superkilonova pode obrigar os cientistas a revisar os modelos sobre a morte de estrelas massivas e a formação de elementos pesados no cosmos. Além disso, destaca a importância da astronomia multimensageira, que combina dados de ondas gravitacionais e luz para uma compreensão mais profunda de eventos extremos do Universo.

O fenômeno AT2025ulz se estabelece como um dos eventos mais intrigantes já observados, reafirmando que o cosmos ainda guarda surpresas, mesmo após décadas de estudo. A possibilidade de uma estrela ter se recusado a explodir apenas uma vez é um convite à reflexão sobre o que ainda não compreendemos sobre a vida e a morte das estrelas.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: WLADIMIR BULGAR / GETTY IMAGES

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