Pesquisas apontam múltiplas doenças além do tifo como responsáveis pela mortalidade em 1812
Pesquisadores descobrem novas doenças que devastaram o exército de Napoleão durante a invasão à Rússia em 1812.
Pesquisadores identificaram que múltiplas doenças, além do tifo, contribuíram para a mortalidade do exército francês durante a invasão à Rússia em 1812. O estudo, publicado na revista Current Biology em 24 de setembro, analisou restos mortais de soldados encontrados em uma vala comum na Lituânia.
Novas descobertas sobre doenças
A pesquisa revelou a presença de patógenos como Salmonella enterica e Borrelia recurrentis, responsáveis por febre paratifóide e febre recorrente, respectivamente. Isso contraria a ideia anterior de que apenas o tifo causou a devastação do exército. O autor principal, Rémi Barbieri, destaca a importância dessas descobertas para entender melhor o que ocorreu com os soldados e como a tecnologia permitiu essas análises.
Metodologia avançada
Utilizando sequenciamento de alto rendimento, os pesquisadores conseguiram detectar DNA altamente degradado, possibilitando a identificação de doenças que não eram conhecidas antes. O coautor Nicolás Rascovan enfatizou que esta técnica revolucionou a forma como se estuda a história das doenças infecciosas, fornecendo uma visão mais completa dos eventos históricos.
Impacto das descobertas
Esses achados oferecem uma nova perspectiva sobre a campanha russa de Napoleão, que culminou em grandes perdas humanas, não apenas por combates, mas por condições adversas e doenças. A pesquisa contribui para a compreensão do impacto das epidemias em grandes eventos históricos e como os patógenos podem evoluir ao longo do tempo.
Conclusão
Os resultados do estudo indicam que, embora o tifo tenha sido identificado anteriormente, a presença de várias doenças infecciosas é um aspecto crucial para entender a queda do exército de Napoleão. O avanço nas técnicas de pesquisa abre novas possibilidades para futuras investigações sobre a história das doenças e seu impacto nas sociedades.