Os Estados Unidos intensificaram a pressão sobre o Brasil ao revogar os vistos de funcionários públicos brasileiros associados ao programa Mais Médicos. A medida, anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, eleva a tensão diplomática entre os dois países e reacende o debate sobre a colaboração médica com Cuba.
Entre os sancionados estão Mozart Julio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-coordenador-geral da COP30. A restrição de entrada nos EUA também atinge ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), entidade que intermediou a participação de médicos cubanos no programa brasileiro.
A justificativa do governo americano é que o Mais Médicos, com a participação da OPAS, teria servido para contornar sanções impostas a Cuba. Washington acusa o governo brasileiro de desviar pagamentos devidos aos profissionais de saúde cubanos, beneficiando o regime de Havana em vez de repassar os valores integralmente aos médicos.
“Como parte do programa Mais Médicos do Brasil, essas autoridades usaram a OPAS como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros”, declarou o Departamento de Estado em comunicado. A nota também alega que médicos cubanos relataram ter sido explorados pelo governo de Cuba durante o programa.
Essa não é a primeira vez que os EUA tomam medidas semelhantes. Em julho, vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também foram cancelados, gerando controvérsia e levanto questionamentos sobre a interferência americana em assuntos internos do Brasil. A nova sanção certamente intensificará o debate sobre a relação bilateral e as políticas de saúde implementadas no país.